Quinta-feira, 27 de março de 2025

Médica que atendeu enteada morta envenenada por madrasta no Rio será investigada por falso testemunho

A médica Maria Cecília Gonçalves, que atendeu e atestou a morte de Fernanda Cabral, de 22 anos, morta após comer um sanduíche envenenado na casa da madrasta, será investigada por falso testemunho.

O delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP, disse que, em depoimento, a médica afirmou ter sido do chefe de plantão a decisão de não mandar o corpo passar por perícia no Instituto Médico Legal. Mas, segundo os investigadores, a decisão foi da própria médica.

“O dever legal e profissional era que a doutora, verificando que aquela morte era suspeita, fizesse as comunicações. Quando não faz isso, traz diversos problemas na investigação”, afirmou o delegado em entrevista coletiva.
Ainda segundo Rodrigues, Maria Cecília teria dito que o médico de plantão teria dado a ordem para seguir com o atestado de morte natural, o que foi negado por ele em depoimento.

“Para nossa surpresa, mais um capítulo dessa história. A médica responsável pela declaração de óbito consultou seu médico de plantão se era necessário ou não encaminhar ao IML e ele disse que não era. Entretanto, esta pessoa referida pela médica prestou depoimento divergente. Disse que ela não consultou. Temos aí mais um capítulo dessa trama”, disse.

Rodrigues vai oficiar o Conselho Regional de Medicina (CRM-RJ), que irá avaliar a situação e pode abrir uma ação administrativa contra a médica.

Entenda o caso

Fernanda morreu em março, após ficar doze dias internada no hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Na época, a morte dela foi atestada como natural. Só após a suspeita de envenenamento do irmão dela, Bruno Cabral, de 16 anos, em maio, que a família e a polícia decidiram investigar a causa da morte de Fernanda.

Sobre a investigação em cima da conduta da profissional, a Secretaria Municipal de Saúde declarou que a “direção do Hospital Municipal Albert Schweitzer está à disposição para prestar todas as informações que possam contribuir com a investigação”.

O corpo de Fernanda foi exumado em maio e passou por exames. De acordo com a perícia, a jovem morreu por intoxicação. O material gástrico de Bruno também confirmou que havia chumbinho no estômago do adolescente.
Bruno foi envenenado dois meses após a irmã, após um almoço na casa da madrasta. Ele chegou a suspeitar que havia um gosto amargo no feijão, mas chegou a ingerir o alimento.

A polícia concluiu o caso na última semana e indiciou Cintia Mariano, madrasta dos jovens, por homicídio doloso e tentativa de homicídio. Ela pode pegar até 20 anos de prisão.

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