Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Mercado financeiro prevê a inflação brasileira acima de 5% em 2022 e estouro da meta pelo segundo ano seguido

O ano de 2022 nem começou e o mercado financeiro financeiro já prevê que a meta de inflação será ultrapassada. Na última semana, os analistas dos bancos elevaram sua estimativa para IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 5% para 5,02% em 2022.

A previsão, resultado de coleta do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada pelo Banco Central, foi divulgada nesta segunda-feira (06).

Com isso, os economistas preveem o estouro da meta de inflação pelo segundo ano seguido. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Em 2021, o centro da meta de inflação em 2021 é de 3,75%. Pelo sistema vigente no País, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%.

Mas, com a inflação superando 10,7% em doze meses a prévia de novembro, o próprio BC já admitiu oficialmente que a meta não será cumprida neste ano. A previsão do mercado de novo estouro da meta em 2022 mostra que o Banco Central está tendo dificuldade na sua principal missão: coordenar as estimativas de inflação e, com isso, manter os preços dentro do intervalo das metas existentes.

A meta de inflação do ano que vem foi definida em 2019 pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), colegiado formado, na ocasião, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelo então secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior — que deixou recentemente o governo.

Instrumentos

O principal instrumento do Banco Central para conter a propagação da alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic, e a reduz quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas.

A instituição também pode atuar no mercado de câmbio, vendendo dólares nos mercados à vista e futuro, para impedir uma contaminação dos preços pela alta da moeda. Entretanto, o BC tem informado que suas atuações no mercado de câmbio visam apenas corrigir distorções e prover liquidez, não tendo como objetivo oficial conter a inflação.

Autoridades do BC afirmaram em diversas ocasiões, nos últimos meses, que seguem mirando na meta de inflação de 2022, ou seja, calibrando a taxa Selic para atingir o objetivo fixado para o próximo ano.

E, para isso, o Copom (Comitê de Política Monetária), que se reúne a cada 45 dias, tem optado por uma estratégia de gradualismo: aumento sucessivo dos juros em doses menores, ao invés de uma puxada maior de uma vez na taxa Selic.

O Copom começou a subir os juros em março de 2021, quando a taxa avançou para 2,75% ao ano (a primeira elevação em quase seis anos). Em outubro, na sexta alta seguida, a taxa avançou para 7,75% ao ano. O mercado prevê, até o momento, que a taxa avançará para 9,25% ao ano em dezembro, na última reunião do Copom em 2021, e para 11,25% ao ano até o fim de 2022.

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