Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Ministro da Controladoria-Geral da União pede desculpas após chamar senadora de “descontrolada” em sessão da CPI da Covid

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, publicou em suas redes sociais um pedido de desculpas após ter chamado a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de “descontrolada” durante seu depoimento à CPI da Covid na última terça-feira (21).

Wagner Rosário fez a declaração após Simone ter criticado a atitude do ministro em relação ao processo de aquisição pelo governo federal da vacina Covaxin. A senadora disse que o ministro estava “se comportando como um menino mimado”. “A senhora me chamou de engavetador, me chamou do que quis […] me chama de menino mimado, eu não lhe agredi. A senhora está totalmente descontrolada, me atacando”, disse Rosário.

A fala de Rosário gerou tumulto entre os parlamentares, e a sessão foi interrompida. Horas depois o ministro publicou um pedido de desculpas à senadora em suas redes sociais.

“Senadora SimoneTebet. Apesar de tê-lo feito pessoalmente, reitero meus pedidos de desculpas caso minhas palavras tenham lhe ofendido. Às vezes, no calor do embate, somos agressivos inconscientemente. Estendo minhas desculpas a todas as mulheres que tenham se sentido ofendidas”, publicou o ministro em suas redes sociais.

Logo após a confusão, a pedido do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), converteu a condição do ministro de testemunha para a de investigado.

O depoimento de Rosário à CPI durou quase cinco horas. O ministro rebateu acusações feitas por senadores e negou ter sido omisso diante dos indícios de irregularidades ocorridas no Ministério da Saúde durante a pandemia.

Repercussão

Na sessão desta quarta-feira (22), vários senadores se pronunciaram do ocorrido defendendo Simone Tebet. No entanto, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) foi na direção oposta dos colegas e defendeu o ministro Wagner Rosário. “No olho por olho e dente por dente, a humanidade vai acabar cega e sem dentes”, disse.

Segundo o parlamentar, os próprios colegas têm culpa do ocorrido. “O que vi ontem [terça] foi um espetáculo de agressividade, inclusive de nós senadores também. Ele foi provocado do início ao fim. É claro que um erro não justifica o outro. Ele se excedeu com a senadora Simone Tebet, mas a gente precisa compreender que precisamos ter mais respeito com as pessoas que vêm depor. Não ficar induzindo respostas, colocando palavras na boca das pessoas. Quantas vezes o ministro Rosário chegou para o relator de forma firme e disse ‘eu não falei isso’. Isso foi se enervando de chegar a um ponto de se contar a história, que acho que foi a gota d’água, foi um lado pessoal que temos que respeitar por mais que temos divergências”, justificou Girão.

Ele também afirmou que a situação chegou a um ponto irreversível. “A única coisa que a gente pode fazer naquele momento foi tentar orar um pouco porque o clima estava muito pesado e tentar equilibrar, mas a vaca já tinha ido pro brejo.”

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