Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Ministro da Economia, Paulo Guedes comete ato falho e admite sondagens para tirá-lo do governo

Ao confirmar o nome de Esteves Colnago para o cargo de secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Paulo Guedes cometeu um ato falho ao confundi-lo com o banqueiro André Esteves, do BTG.

Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Guedes aproveitou o erro para mostrar o desconforto com as informações de que parte da ala política do governo teria ido ao próprio BTG para encontrar um substituto para si na cadeira de ministro da Economia. O ex-secretário do Tesouro Nacional e atual economista chefe do BTG, Mansueto Almeida, seria o alvo dessa sondagem.

“Uma ala política foi no André Esteves perguntar se o BTG poderia emprestar o Mansueto se eu saísse. Sei que o presidente Bolsonaro não pediu isso, porque ele confia em mim e eu confio nele, mas muita gente da ala política andou fazendo pescaria, inclusive lá (no BTG)”, ironizou Guedes.

E hoje em painel do 20º Fórum Empresarial Lide na manhã desta sexta-feira (22), o sócio-sênior do BTG Pactual André Esteves afirmou que o País está passando por um momento de perda de credibilidade por uma fraqueza institucional. Para o sócio do BTG, a semana foi marcada por uma “derrapada” e é um erro flexibilizar o teto de gastos.

Demissão

Em meio à crise gerada pelas mudanças no teto de gastos e debandada na equipe econômica, o presidente Jair Bolsonaro foi ao Ministério da Economia na tarde desta sexta, demonstrar apoio ao ministro Paulo Guedes, que, apesar de especulações, vai permanecer no governo.

Guedes negou que tenha pedido demissão, em meio às manobras no teto para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400 e a posterior saída de secretários. “Trabalho para um presidente democraticamente eleito, bem intencionado. Estou errado em não pedir demissão porque vão gastar R$ 30 bilhões a mais? Estou fazendo o que de errado? Peço compreensão. Vamos trabalhar até o fim do governo.”

O ministro disse ainda que, em nenhum momento, Bolsonaro insinuou algo semelhante, ou seja, a sua demissão. Segundo Guedes, ele soube, que, quando estava nas reuniões do FMI, houve “uma movimentação política no Brasil” para retirá-lo do cargo. “Não falo que são ministros fura teto, existe uma legião de fura teto”, disse, admitindo que é uma regra restritiva.

Com a polêmica do teto de gastos e as especulações sobre a permanência de Guedes no ministério, a Bolsa de valores chegou a cair 4,5% nesta sexta e o dólar bateu em R$ 5,75, mas passou a cair depois do encontro do ministro com Bolsonaro.

Em coletiva de imprensa ao lado de Guedes, Bolsonaro afirmou que o ministro entende “as aflições que o governo passa” e que tem confiança absoluta nele. O presidente repetiu que a economia voltou em ‘V’ e que não quer “colocar em risco nada no tocante à economia”. “A economia está ajustada, não existe solavanco ou descompromisso.”

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