Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 24 de julho de 2022
Em discurso na convenção nacional do PL, realizada neste domingo (24) no Rio de Janeiro, para homologar sua candidatura à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro citou ações de seu governo, enalteceu lideranças do Centrão e criticou o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário nas pesquisas. No encerramento de sua fala, Bolsonaro ainda fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conclamou apoiadores a irem às ruas no próximo 7 de Setembro.
No início de sua fala, evitando citar textualmente o Supremo, Bolsonaro inflamou o público ao dizer que “hoje sabemos o que é” a Corte. Após a frase, o presidente ficou em silêncio enquanto o público vaiava e gritava “Supremo é o povo”. Ao fim do discurso, o presidente citou a Corte de forma mais direta, ao se referir a “surdos de capa preta”.
“Vamos às ruas no 7 de Setembro pela última vez. Esses pouco surdos de capa preta tem que entender o que é a voz do povo. Tem que entender que quem faz as leis é o Poder Legislativo e o Executivo. Todos temos que jogar dentro das quatro linhas”, disse.
Também nos momentos finais de sua fala, ele disse que o Exército está ao seu lado, e citou indiretamente as acusações de fraudes em urnas eletrônicas que seus apoiadores têm propagado, sem apresentar quaisquer evidências que as sustentem. “Esse é o Exército que está do lado do povo, que não admite corrupção, que não admite fraude. Que merece respeito. E que vai ter (respeito)”, afirmou.
Na última semana, Bolsonaro já havia atacado os ministros Edson Fachin (presidente do Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo durante reunião com embaixadores.
Durante a convenção deste domingo, Bolsonaro disse ainda que conversou com Paulo Guedes e que irá manter o auxílio em R$ 600 a partir de 2023.
Já no fim do discurso, Bolsonaro citou a escolha do general Walter Braga Netto (PL) como seu candidato a vice e enalteceu a presença de militares em seu governo. Também elogiou, em momentos distintos, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) – a quem chamou de “grande amigo” –, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP).
Ao mencionar o ex-presidente Lula, a quem chamou de “ladrão” e “cachaceiro”, Bolsonaro indicou participar de debates durante a campanha.
“Não tenho nem adjetivo para qualificá-lo neste momento. Quem sabe num debate, caso ele esteja presente”, afirmou.
No evento, o primeiro discurso foi o da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Em cerca de dez minutos de fala, com forte apelo religioso, Michelle ressaltou iniciativas do governo voltadas para as mulheres e para a população do Nordeste:
“Falam que ele não gosta de mulheres. Ele foi o presidente que mais sancionou leis de proteção às mulheres, foram mais de 70 leis. Quando ele sanciona a lei para que mães com filhos com microcefalia recebam o BPC (Benefício de Prestação Continuada), ele está defendendo as mulheres. Quando leva água para o Nordeste, está cuidando da mãe dona de casa, que leva água numa bacia na cabeça para cozinhar para seus filhos”, discursou.
Em diferentes momentos, a primeira-dama chamou a candidatura de Bolsonaro de “projeto de libertação para o país”, e também disse orar na cadeira usada pelo presidente no Palácio do Planalto ao fim de cada semana. Depois, Bolsonaro começou a falar.
A convenção misturou uma série de símbolos característicos do bolsonarismo como bandeiras do Brasil, cores verde e amarelo, ao lado dos novos motes de campanha de Bolsonaro como faixas com o slogan “Capitão do povo” e “Liberdade, verdade e fé pelo bem do Brasil”.
Compondo o comício conservador, lemas como “família”, “pátria”, “Deus”, “liberdade”, estavam espalhados em camisas, bandeiras e outros adereços que dão uma imagem de torcida ao público presente. Na fila de entrada e nas arquibancadas, os apoiadores de Bolsonaro entoaram cânticos no qual afirmam que sua bandeira “jamais será vermelha” e que vieram “de graça” ao evento.