Sábado, 05 de outubro de 2024

“O sonho do pobre no Nordeste é ser pobre no Sul”, diz o ministro da Defesa

O ministro da Defesa José Múcio Monteiro deu declaração polêmica na última segunda-feira (19). Em palestra, o integrante do primeiro escalão do governo Lula (PT) afirmou que o “sonho” da população pobre dos estados do Nordeste é morar no Sul do País. A declaração foi dada durante o painel “Defesa Nacional, presente e futuro do Brasil”, realizado pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) Defesa & Segurança.

O ministro falava sobre a dificuldade do Brasil, um país extenso com problemas diferentes em cada região:

“Digo que nós somos cinco países, nem os pobres são os mesmos nesse país. O sonho do pobre no Nordeste é ser pobre no Sul, que vai viver numa região diferente”, afirmou Múcio, que é pernambucano.

Em nota, o Ministério da Defesa informou que José Múcio é nordestino e “conhecedor profundo” das desigualdades sociais e econômicas do Brasil. A pasta afirmou que o pronunciamento teve o intuito de “ressaltar que a diferença da renda per capita entre Nordeste e as regiões Sul e Sudeste é injusta e precisa acabar”.

No mesmo painel, Mucio também afirmou que não houve um “grande líder” por trás dos ataques de 8 de janeiro.

“Havia vontades individuais que houvesse um golpe. Mas não havia um líder. Algum militar do Exército, algum militar da Aeronáutica, algum militar da Marinha queria golpe? Acredito que sim. Mas as pessoas que vieram para a Praça dos Três Poderes no dia 8 não saíram de lá [dos acampamentos de Brasília]. Foi gente de fora estimulada por irresponsáveis, baderneiros. As Forças Armadas não participaram”, afirmou.

Declaração de Zema

No início do mês, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi amplamente criticado por declaração similar. Em evento em Belo Horizonte, Zema afirmou que os estados do Sul e do Sudeste precisam se unir porque “diferentemente” dos demais, “há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”.

“São Estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. Onde há setor produtivo muito mais dinâmico. Então, com toda certeza, boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados”, afirmou o governador.

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