Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Ocidente apoia Israel, e Irã elogia ataques

O ataque surpresa sem precedentes orquestrado pelo Hamas contra Israel causou choque ao redor do mundo e reações opostas entre aliados e inimigos dos dois lados. Enquanto nações do Ocidente correram para prestar total solidariedade ao estado judeu, os de fé islâmica se dividiram entre o silêncio, a crítica, ou ainda a comemoração, caso do Irã.

Em um curto pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou seu apoio a Israel e disse que Washington irá fazer o que for preciso para que Israel continue capaz de se defender.

Ao lado do secretário de Estado, Antony Blinken, Biden afirmou que conversou com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, e lançou um alerta contra “qualquer outra parte hostil a Israel”.

“Nas ruas, em suas casas, pessoas inocentes (foram) assassinadas, feridas. Famílias inteiras feitas reféns pelo Hamas. Quando eu falei com o primeiro ministro Netanyahu esta manhã, disse a ele que os EUA estão ao lado do povo de Israel diante desses ataques terroristas. Israel tem o direito de se defender e a seu povo”, disse. “Deixe-me dizer isso o mais claramente possível: esse não é o momento de nenhuma parte hostil a Israel explorar os ataques para tirar vantagem. A relação entre a Casa Branca e Israel vem passando por um momento de desgaste, após a guinada à direita do governo de Netanyahu, que provocou uma convulsão social no país, nos últimos meses, ao avançar com uma reforma do Judiciário amplamente considerada antidemocrática.”

Em um gesto de reaproximação, Biden e Netanyahu se encontraram no mês passado, em Washington, durante a visita do presidente israelense aos EUA para participar da Assembleia Geral da ONU.

Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também condenou a ação do grupo palestino. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o ataque do Hamas de “terrorismo em sua forma mais desprezível”.

Blinken conversou com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, cujo movimento Fatah é rival do Hamas, instando-o a condenar o ataque.

Rússia defende a paz

Em Moscou, o ministério das Relações Exteriores pediu contenção e o fim das hostilidades aos dois lados: “Pedimos a palestinos e israelenses que implementem um cessar fogo imediato, renunciem à violência, exercitem a contenção necessária e estabeleçam, com a ajuda da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer a paz ampla, duradoura e há muito aguardada no Oriente Médio”, disse a chancelaria em nota. Do lado ucraniano, em guerra há mais de um ano contra a invasão russa, o presidente Volodymyr Zelensky condenou os atos de “terror” do Hamas e defendeu o “inquestionável direito de Israel à autodefesa”.

O Egito, que é um ator histórico das tentativas de interlocução entre os dois lados do conflito no Oriente Médio, defendeu a urgência de ambos “exercitarem a contenção”. Em um comunicado, Cairo apelou a que “os lados palestino e israelense exercitem os mais altos níveis de contenção”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou a tentativa de “esforços diplomáticos para evitar uma ampliação do conflito”. Jordânia e o Egito foram os primeiros dois países da região a firmar acordos de paz com Israel, antes de uma onda de normalização diplomática apoiada pelos EUA desde 2020, incluindo os Emirados Árabes Unidos. O chanceler do Egito manteve uma série de contatos por telefone, ontem, para, segundo o governo, buscar a intervenção imediata” de “atores internacionais” afim de evitar o agravamento da crise. Em conversa com o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, ambos concordaram sobre a “gravidade da situação atual e a necessidade de evitar que a situação fique fora de controle”.

“Ocupação israelense”

A Liga Árabe também reagiu à crise com tom crítico a Israel. O chefe do bloco, Ahmed Aboul Gheit, pediu “imediata interrupção das operações militares em Gaza” e do “ciclo de confrontação armada entre os dois lados”, completando: “A contínua implementação de políticas violentas e extremistas por Israel é uma bomba-relógio que priva a região de qualquer oportunidade séria de estabilidade no futuro próximo”.

O Irã, maior inimigo de Israel e que não reconhece a existência do Estado israelense, parabenizou os “guerreiros palestinos”. O conselheiro do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, Yahya Rahim Safavi, declarou que o regime “estará ao lado dos combatentes palestinos até a liberação da Palestina e de Jerusalém”, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Já o Hezbollah, organização militante xiita libanesa que travou uma guerra com Israel em 2006, afirmou estar em contato com o Hamas, mas não prometeu se juntar ao ataque contra Israel, que classificou como “operação heroica”.

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