Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 22 de abril de 2022
A ONU (Organização das Nações Unidas) acusou, nesta sexta-feira (22), o Exército russo de ações que “poderiam constituir crimes de guerra” na Ucrânia, incluindo bombardeios indiscriminados que provocaram mortes de civis e destruição de escolas e hospitais.
“As Forças Armadas russas bombardearam de maneira indiscriminada zonas residenciais, mataram civis e destruíram hospitais, escolas e outras infraestruturas civis, em ações que poderiam constituir crimes de guerra”, declarou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani.
“Corresponde a um tribunal determinar concretamente se isso aconteceu, mas cada vez há mais evidências de que foram cometidos crimes de guerra”, completou a porta-voz.
Em um comunicado paralelo, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que “durante as últimas oito semanas, o direito humanitário internacional não apenas foi ignorado, mas foi jogado ao mar”.
“O que observamos em Kramatorsk [Leste da Ucrânia] em 8 de abril, quando a estação de trem foi atacada com munições de fragmentação e 60 civis morreram e outros 111 ficaram feridos, é emblemático da incapacidade de respeitar o princípio da distinção entre civis e militares, a proibição de perpetrar ataques indiscriminados e o princípio da precaução, que é parte do direito humanitário internacional”, destacou Bachelet.
Ravina Shamdasani não descartou que o lado ucraniano também tenha violado o direito humanitário, mas, segundo ela, a “maioria das violações, de longe, é atribuída às forças russas”. A porta-voz disse que 92,3% das vítimas que as equipes do Alto Comissariado conseguiram documentar “são atribuídas às forças russas, assim como as acusações de assassinato e de execuções sumárias”.