Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2021
As empresas precisam se reinventar de forma contínua se querem seguir a trilha para serem mais longevas. Em plena transformação digital, o mundo corporativo teve de repensar negócios – e nesse processo de revisão passou a desbravar novas frentes de atuação. “Ou se reinventa, ou morre”, ressalta Reinaldo Fiorini, sócio da empresa de consultoria McKinsey.
Esse retrato já começa a se refletir na média de vida das empresas, que caiu drasticamente. As líderes de mercado (conhecidas como “incumbentes”) estão buscando ampliar sua atuação e lançar novos negócios. No entanto, apenas 25% desses empreendimentos terão êxito na sua jornada, comenta Heitor Martins, também sócio da McKinsey.
E cada vez mais empresas estão mexendo as peças do tabuleiro na busca de se reinventar. Por isso, há cinco anos a McKinsey lançou uma área apenas para ajudar as empresas a pensarem como ampliar sua atuação. Confira, a seguir, os principais trechos de uma entrevista que ele concedeu ao jornal “O Estado de São Paulo”.
Inovar e repensar
Algumas pesquisas que fizemos a nível global mostram que a vida média das empresas era, em 1958, de 61 anos. Hoje é de 22 anos. Ou a empresa se reinventa, ou morre. Outra pesquisa, de antes da pandemia, mostrou que 30% dos executivos-chefes de grandes empresas consideravam importante construir um novo negócio.
Agora, 52% desses executivos dizem que é um imperativo construir um novo negócio para sobreviver. Mas somente 25% das empresas que lançaram novos negócios foram bem-sucedidas.
Ter um bom acompanhamento e estruturar esse processo tornou-se algo fundamental. É preciso um time que ajude a escolher a oportunidade que mais se encaixa ao potencial da empresa. Essa é a primeira etapa importante. A segunda é um plano de negócio, quais os recursos e os tipos de talentos que serão necessários. Se a empresa deve se associar a outra empresa. Apenas depois vem a construção do negócio.
E, depois que colocar a operação para funcionar, é preciso testar o interesse e apetite do negócio, para conseguir ter uma oferta bem sucedida e ajudar a escalar a oferta e rapidamente atingir o mercado e expandir para outras adjacências.
Pandemia de covid
A pandemia de coronavírus mostrou o quanto é preciso ter um time diversificado e talentoso. O acesso ao “pool” de pessoas aumentou, já que se pode contratar pessoas que estão fisicamente mais distantes. Outra coisa que ficou clara é que é possível fazer coisas diferentes e utilizar novos caminhos, utilizar novas ferramentas.
As empresas hoje estão se sentindo mais confiantes sobre a sua capacidade de inovação, e isso se reflete na construção de novos negócios.
Sobre as vantagens das empresas incumbentes em relação às startups, ele avalia que ambas têm ativos importantes, capacidade de investir e uma plataforma já construída. “As startups têm a facilidade da cultura, são mais ágeis, mas não têm a base de clientes, a marca e a plataforma. É uma corrida: a incumbente quer inovação, e a startup, escala”, compara.
A questão do ESG
O ESG (sigla em inglês para meio ambiente, sociedade e governança) veio para ficar e vai ser um pilar cada vez mais importante para o futuro dos negócios. Como tudo o que está em uma etapa inicial, existem coisas acontecendo em todas as direções – no estágio inicial, é natural que as pautas de ESG sejam muito amplas.