Terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de novembro de 2023
A Polícia Federal (PF) identificou oito pessoas suspeitas de vazar imagens das provas do Enem, no primeiro dia de aplicação do exame, em 5 de novembro. Os casos foram registrados em Caruaru (PE), Natal (RN), Cornélio Procópio (PR) e Brasília. A operação ainda cumpre diligências no Rio Grande do Sul e no Ceará.
Foram apreendidos materiais que teriam sido usados para aplicar fraudes ao exame em Maceió e Vitória da Conquista (BA). O segundo dia de aplicação do Enem ocorreu nesse domingo (12).
Fotos dos cadernos de provas aplicadas no primeiro dia, em 5 de novembro, circularam nas redes sociais após os estudantes serem isolados, com o fechamento dos portões dos locais de avaliação, e antes do horário permitido para sair da sala com as provas.
As empresas responsáveis pelas plataformas digitais foram acionadas para preservar o conteúdo e auxiliar o rastreamento de postagens.
A PF foi acionada pelo Ministério da Educação (MEC) ainda na data da prova, em 5 de novembro. As fotos foram detectadas a partir de monitoramento feito por integrantes da pasta e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A segurança e a aplicação do Enem são feitas de forma integrada por funcionários dos ministérios da Educação, da Justiça e da Defesa, Inep, PF, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Correios, além de órgãos estaduais de segurança.
Enem e agronegócio
Após ser alvo de polêmica por questões relacionadas ao agronegócio na prova de Ciências Humanas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) voltou a abordar temas relacionados ao setor agrícola nesse domingo (12), quando os estudantes fizeram as provas de Ciências da Natureza e Matemática. Conhecimentos sobre pesticidas e as consequências do desmatamento foram cobrados dos alunos. Segundo professores de cursinhos, as perguntas eram indiretas, sem viés ideológico ou críticas claras ao agro.
No primeiro domingo de provas, deputados ligados ao agronegócio criticaram a “ideologização do Enem” por perguntas que, segundo eles, teriam viés ideológico. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) chegou a pedir a anulação de três questões sobre a exploração do Cerrado e os prejuízos do agronegócio para os camponeses e o desmatamento da Amazônia no cultivo da soja. A anulação foi descartada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Uma das questões abordava o uso de pesticidas e perguntava quais amostras de fluidos humanos poderiam conter maior concentração deste produto. “Existe o inseticida e a prova mostrava a sua composição, a sua fórmula. Depois, ela diz que o pesquisador coleta fluidos biológicos de uma população, de sangue, de saliva, da urina e do leite. A prova pergunta em qual desses fluidos o pesquisador encontrou a maior concentração dessa substância. É uma questão técnica, natural de exames desse tipo”, avalia o professor Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações do SAS Plataforma de Educação.
O tema do desmatamento também foi abordado, mas de maneira indireta, falando sobre redução de população de abelhas e uma possível intervenção para evitar o declínio no número desses insetos.
Outra questão aborda a baixa fertilidade dos solos amazônicos e uma técnica utilizado por antigos habitantes da região para torná-la fértil. O tema, porém, foi usado para cobrar conhecimentos sobre conceitos físico-químicos, como eletronegatividade.