Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de fevereiro de 2024
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação para apurar se uma assessora do senador Confúcio Moura (MDB-RO) foi alvo de monitoramento ilegal por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro. A suspeita é de que a espionagem tenha sido realizada por meio de uma ferramenta israelense que rastreava a localização de celulares em todo o território nacional.
Alessandra Maria da Costa Aires, lotada no gabinete do senador Confúcio Moura, teria sido intimada pela PF e está programada para prestar depoimento virtual nesta segunda-feira (5). Desde sua nomeação como auxiliar parlamentar em 1º de fevereiro de 2019, ela tem assessorado o senador e, atualmente, desempenha suas funções no escritório de apoio em Rondônia.
A assessora nega qualquer ligação com a família Bolsonaro e expressa surpresa com a possibilidade de ser monitorada, a menos que a intenção fosse obter informações sobre o senador. Confúcio Moura, por sua vez, ressalta que Alessandra atua em causas ligadas aos povos ribeirinhos, indígenas e quilombolas, enfatizando sua conduta exemplar e afirmando que não há justificativa para tal monitoramento.
O senador, que no período da alegada espionagem criticou o ex-presidente Bolsonaro em diversas questões, como a facilitação ao porte de armas e a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada dos EUA, destaca não ter uma motivação aparente para ser alvo de tal investigação.
Além disso, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso à lista de parlamentares que foram alvos desse suposto monitoramento.
Abin paralela
A investigação em curso aponta que a Abin utilizou o programa secreto FirstMile para monitorar a localização de alvos específicos por meio de dispositivos móveis. A Polícia Federal identificou o uso dessa ferramenta para monitorar políticos, jornalistas, advogados e opositores do governo Bolsonaro.
A chamada “Abin paralela” está sob escrutínio, e além de policiais federais e servidores da Abin, o ex-diretor da agência à época, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, estão sendo investigados. Ambos negam qualquer envolvimento no crime. A Abin, por sua vez, declarou ser a maior interessada na apuração dos fatos e ressaltou sua colaboração com as investigações.