Quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de abril de 2024
Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, disseram que ele se manifestou contra a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão de sua estadia na embaixada da Hungria, em Brasília.
Segundo as fontes, Gonet entendeu que não houve indicativo de fuga na visita de Bolsonaro à embaixada, inclusive porque o passaporte do ex-presidente continua apreendido pela Polícia Federal (PF).
Bolsonaro passou duas noites no local logo após seu passaporte ser apreendido e ver aliados políticos serem presos. A informação foi revelada pelo jornal americano “The New York Times”, que apresentou uma série de vídeos do político no interior do prédio.
A publicação norte-americana analisou as imagens das câmeras de segurança do local e imagens de satélite, que mostram que Bolsonaro chegou no dia 12 de fevereiro à tarde e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro.
As imagens mostram que a embaixada estava praticamente vazia, exceto por alguns diplomatas húngaros que moram no local. Segundo o jornal, os funcionários estavam de férias e a estadia de Bolsonaro ocorreu durante o feriado de carnaval.
Segundo a reportagem, no dia 14 de fevereiro, os diplomatas húngaros contataram os funcionários brasileiros, que deveriam retornar ao trabalho no dia seguinte, dando a orientação para que ficassem em casa pelo resto da semana.
Depois que caso veio à tona, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 48 horas para Bolsonaro explicar a situação.
Em resposta, a defesa do ex-presidente disse ser “ilógico” sugerir que a presença na embaixada da Hungria “fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”.
O ministro do Supremo, então, pediu que a PGR emitisse opinião sobre às explicações. O parecer foi enviado ao STF na sexta-feira (5).
Agora, depois das considerações de Gonet, Alexandre de Moraes vai continuar a analisar o caso no Supremo. A discussão gira em torno se Bolsonaro tinha a intenção ou não em pedir asilo ao ficar duas noites na embaixada da Hungria, em fevereiro.
Bolsonaro não poderia ser preso numa representação estrangeira porque estaria legalmente fora do alcance das autoridades brasileiras.
Ele é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que esteve na posse do ex-presidente em 2018. Em 2022, Bolsonaro visitou Budapeste, capital húngara, e foi recebido por Orbán. Além disso, ambos trocam constantes elogios públicos.