Terça-feira, 13 de maio de 2025

Procuradoria-Geral da República pede investigação ao Supremo sobre mentores dos atos golpistas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar quem são os autores intelectuais dos atos terroristas praticados por bolsonaristas radicais em Brasília, ocorridos no último domingo (8).

O pedido não cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, a manifestação diz que vai investigar todos os que fizeram ataques às urnas, insinuação de fraudes eleitorais, deslegitimação de quem venceu a eleição, ataques ao Supremo Tribunal Federal, “mesmo estando no exterior”.

A PGR vai investigar também aqueles que fizeram a associação do Congresso de maneira “injusta e indiscriminada” à corrupção. Diz que essas manifestações tiveram por objetivo derrubar os Poderes Constitucionais e abolir o Estado Democrático de Direito – o que é crime.

A manifestação foi encaminhada à ministra Rosa Weber, presidente do STF, que pode, ou não, repassá-la a outro ministro.

Autores intelectuais

O documento diz que os autores intelectuais são aqueles que propagaram teorias golpistas que promoveram “mobilização da massa violenta”, que praticou os atos de vandalismo na capital federal, e que os discursos que levaram à tentativa de golpe de estado naquele dia atacavam a legitimidade da democracia brasileira.

Além da abertura do inquérito, a PGR pede ao Supremo para determinar que Facebook, TikTok, Instagram e Twitter indiquem os perfis de usuários que foram reconhecidos como difusores massivos de mensagens atentatórias à democracia e contrárias aos resultados das eleições e aos poderes da República.

Quatro núcleos

Além da instauração de um inquérito para investigar os autores intelectuais, a PGR propõe ao STF a instauração de outros 3 inquéritos específicos para investigar outros 3 grupos:

  • o núcleo de executores materiais dos crimes, formado pelas pessoas presas em flagrante após atos – mais de 1,5 mil chegaram a ser detidos – e outros que ainda não foram detidos;
  • o núcleo das autoridades de Estado responsáveis por omissão própria, composto por aqueles agentes públicos que deveriam ter adotado providências para evitar os atos terroristas do dia 8, mas não o fizeram;
  • e o núcleo de financiadores de atos antidemocráticos, que forneceram, entre outras coisas, transporte e alimentação para os envolvidos nos atentados.

Serão investigados, entre outros, os crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça e perseguição.

“É importante prestar celeridade às investigações e para isso é necessário equacioná-las e organizá-las a fim de que as condenações não se afastem da contemporaneidade dos fatos, de forma a permitir o efeito pedagógico da resposta do Estado aos atos criminosos, garantindo-se o devido processo legal”, afirmou Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República, segundo comunicado divulgado pela PGR na tarde desta quinta-feira (12).

As petições para a instauração dos inquéritos foram assinadas por Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, criado pela PGR. O documento não é assinado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Lula diz estar “convencido” que portas do Planalto foram abertas para entrada de terroristas
Governo aponta suspeitos de financiar atos terroristas. Veja os nomes
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play