Terça-feira, 25 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de janeiro de 2023
Partido do atual presidente do Senado e candidato à reeleição, Rodrigo Pacheco (MG), o PSD está realizando uma ofensiva para filiar até três novos nomes da Casa. Com 13 senadores cada, PSD e PL seriam no momento as duas maiores bancadas da nova legislatura, que começa dia 1º de fevereiro. Mas a ideia do PSD é agregar novos nomes e se isolar como maior partido do Senado.
Foram convidados para migrar para o PSD as senadoras Mara Gabrilli (PSDB-SP), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e o senador Jayme Campos (União-MT). Destes, Gabrilli é quem tem a situação mais encaminhada para um desfecho positivo. Ela é próxima do presidente da sigla, Gilberto Kassab, e já declarou que votará em Pacheco.
Mara Gabrilli foi candidata à Vice-Presidência nas eleições de 2022, em chapa encabeçada por Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento.
Eliziane, por sua vez, também foi convidada a integrar o MDB, mas as conversas avançaram mais com o PSD. Ela também apoiou Lula no segundo turno e procurou fazer a ponte entre o presidente e a comunidade evangélica. Ela está insatisfeita no Cidadania, cuja bancada na Câmara declarou que se manterá independente em relação ao novo governo.
Em um ou outro partido, Eliziane também é voto certo em Pacheco, já que PSD, MDB e União Brasil formarão um bloco partidário que atuará conjuntamente. Esse bloco dará apoio tanto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quanto à recondução do atual presidente do Senado.
Formalmente, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria 14 senadores na próxima legislatura. Mas o senador Marcos Rogério (PL-RO) se licenciou por quatro meses nos últimos dias de 2022, alegando um problema de saúde de sua filha. Em seu lugar, assumiu o posto Samuel Araújo, filiado justamente ao PSD e que participará da votação do dia 1º.
Outro partido alinhado com Lula que está se reforçando é o PSB, que negocia as filiações de Chico Rodrigues (União-RR) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) para chegar a três cadeiras. A princípio, o PSB teria apenas uma cadeira, conquistada com a eleição de Flávio Dino (MA). Como Dino assumiu o Ministério da Justiça, estará em seu lugar Ana Paula Lobato, que também é do PSB.
Rodrigues chegou a ser vice-líder do governo Jair Bolsonaro no Senado. Foi afastado do cargo em 2020, depois de ter sido flagrado com dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal em sua casa. Ele retornou ao cargo em fevereiro de 2021.
As mudanças no quadro partidário favorecem a candidatura de Rodrigo Pacheco, que conta com o apoio do governo e é favorito contra o oponente Rogério Marinho (PL-RN). Segundo interlocutores do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que tem articulado os apoios a Pacheco nos bastidores, o placar é amplamente favorável ao candidato do PSD. Apesar dos operadores do PL dizerem que o candidato conta com pelo menos 35 apoios, o grupo capitaneado por Alcolumbre garante que o bolsonarista não terá mais que 27 votos, e que Pacheco vai superar os 50 apoios, entre os 81 senadores.
Pacheco sucedeu Alcolumbre em 2021, após o senador do União ver frustrada sua tentativa de convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a permitir que ele concorresse à recondução dentro de uma mesma legislatura.