Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de novembro de 2021
Em sintonia com o Ministério da Saúde, um informe técnico emitido nesta terça-feira (16) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) permite a redução de seis para cinco meses no intervalo entre o esquema vacinal completo contra covid e o reforço para idosos e profissionais da saúde.
Também está autorizado o uso de qualquer fármaco no procedimento, independente do aplicado na segunda dose. Pode ter sido Coronavac-Butantan, Oxford-Astrazeneca ou Pfizer-Comirnaty, embora esta última seja apontada como preferencial nas novas diretrizes – que já começaram a ser colocadas em prática por cidades como Porto Alegre.
No caso da segunda dose, entretanto, o documento da Secretaria ressalta que deve ser aplicado o mesmo fármaco recebido no procedimento inicial, observando-se as orientações dos respectivos fabricantes.
Outra novidade é que as pessoas contempladas com a vacina da Janssen (produzida pela norte-americana Johnson & Johnson) poderão receber segunda dose desse imunizante em um prazo de dois meses, mesmo com o fármaco sendo caracterizado pela injeção única. E um novo reforço poderá ser inoculado cinco meses depois, com outro produto.
O novo prazo, que amplia em quase 1,7 milhão o contingente de gaúchos habilitados a receber a injeção-extra, está disponível para consulta no portal oficial coronavirus.rs.gov.br.
Argumentação
De acordo com a SES, pesquisas científicas comprovaram que, em média, a imunidade vacinal contra covid diminui seis meses após a segunda dose (ou dose única) quando o indivíduo pertence ao grupo prioritário formado pelos maiores de 65 anos.
Também pesou na decisão de baixar o prazo mínimo o fato de haver vários atrasos na aplicação da segunda dose, sobretudo em relação ao segmento formado por jovens (18 a 20 anos) e adultos de até 39 anos. A defasagem também tem sido constatada entre os idosos (60 anos em diante) no que se refere ao reforço vacinal.
Na semana passada, um levantamento divulgado pela SES apontou que 92% das mortes de gaúchos por coronavírus na faixa etária até 39 anos tem como vítima pessoas sem o esquema vacinal completo.
Além disso, entre os idosos, 99% dos óbitos por covid são entre pessoas sem a vacinação de reforço. Os dados servem de alerta para que a população volte aos postos para completar o esquema básico de duas doses e para que as pessoas acima de 60 anos façam a terceira dose. Até agora, quase 30% dos idosos já receberam a injeção-extra.
As perdas humanas entre os não vacinados foram calculadas com base nas ocorrências com início de sintomas nas dez semanas até o fim de agosto. Nesse período, foram 516 internações hospitalares por covid para pacientes de até 39 anos, 81% dos quais estavam sem imunização completa. Ao menos 38 casos tiveram desfecho fatal, 92% em indivíduos com apenas uma ou nenhuma dose de vacina.
No mesmo período, foram mais de 2,7 mil hospitalizações por coronavírus em infectados a partir dos 60 anos. Desses, 99,2% não haviam recebido a dose de reforço. Ao menos 905 sucumbiram à doença, sendo que em 99,3% a pessoa não tinha o reforço.
(Marcello Campos)