Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Saiba o motivo de tantas missões à Lua em 2022

O ano de 2022 será marcado por uma série de missões à Lua, após um ano sem um único pouso lunar sequer.

A Nasa, agência espacial americana, vai dar o pontapé inicial em seu programa Artemis e está patrocinando várias outras missões à Lua para levar equipamentos e suprimentos que serão usados ​​por futuros astronautas.

A Índia, Japão, Rússia, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos também vão lançar missões lunares neste ano — e, assim como estes países, várias empresas também vão participar da corrida para chegar ao satélite natural da Terra.

Todos estes serão voos espaciais não tripulados e, em sua maioria, estarão preparando o terreno para uma presença humana sustentável na superfície da Lua em menos de uma década.

Mas este também não é o objetivo final — a criação de uma estação espacial lunar é apenas um passo a caminho de missões tripuladas para o planeta vermelho, Marte.

Zoë Leinhardt, astrofísica da Universidade de Bristol, no Reino Unido, acredita que este ano vai marcar o início de uma nova corrida espacial envolvendo novos países.

Enquanto muitas destas missões visam examinar a própria Lua, outras têm aspirações mais elevadas.

“Algumas missões têm objetivos de longo prazo estabelecidos mais além, e as missões à Lua são tanto uma prova de conceito, quanto uma oportunidade para testar novas tecnologias e colaborações”, diz Leinhardt.

A seguir, o que o ano de 2022 reserva para a Lua:

1) Missão Artemis-1 e Capstone da Nasa

O ambicioso programa espacial Artemis, da Nasa, visa levar humanos de volta à Lua até 2025.

Em março deste ano, a missão Artemis-1 começará a preparar o terreno para esta meta ambiciosa.

A missão não será tripulada, com exceção de um “Moonikin”, que ocupará o assento do comandante da Artemis 1. Trata-se de um manequim realista que recebeu o nome de Arturo Campos, engenheiro que foi fundamental para trazer a Apollo 13 com segurança de volta à Terra.

O papel de Campos será testar o mesmo traje espacial que os astronautas da Artemis vão usar durante o lançamento, entrada e outras etapas dinâmicas de suas missões.

O novo Space Launch System (SLS) da Nasa — o foguete mais poderoso do mundo — lançará a missão e levará a espaçonave Orion ao redor da Lua para testar a segurança do veículo de tripulação.

A Nasa estará observando atentamente os dados do escudo térmico da Orion durante sua reentrada em alta velocidade na Terra, a quase 2.760 graus Celsius.

Ainda neste ano, outro elemento-chave do programa Artemis vai dar um passo importante.

A Capstone — sigla em inglês para Experiência de Navegação e Operações Tecnológicas do Sistema de Posicionamento Autônomo Cislunar — é a missão pioneira do programa Artemis.

A Nasa lançará um satélite do tamanho de um forno de micro-ondas ou um CubeStat, a espaçonave da Capstone, também em março de 2022, para testar uma órbita centrada na Lua, girando junto com a mesma enquanto ela orbita a Terra.

O objetivo é garantir a segurança dos astronautas em viagens futuras.

Objetivo: Marte

As informações que serão obtidas com este teste ajudarão a validar modelos operacionais para outro componente chave do programa Artemis — o Gateway.

A Nasa o descreve como “um posto avançado multifuncional orbitando a Lua, que oferece suporte essencial para o retorno humano de longo prazo à superfície lunar”.

Se tudo correr como planejado, em 2025, a Artemis-3 deve fazer o primeiro pouso na Lua desde a missão Apollo 17 em 1972.

A missão também está programada para incluir a primeira mulher astronauta e a primeira pessoa negra a pisar na Lua .

Outras missões

Outros países e empresas também estão de olho na Lua neste ano.

Alguns estarão realizando pesquisas, enquanto outros vão entregar suprimentos e equipamentos.

Dois anos após uma tentativa de pouso fracassada na Lua, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês) está planejando uma missão de exploração lunar chamada ‘Chandrayaan-3’.

Uma espaçonave transportando um robô lunar e um módulo de pouso estacionário será lançada no terceiro trimestre de 2022.

O Japão, por sua vez, tem dois projetos lunares ambiciosos para este ano.

A Jaxa, agência espacial japonesa, planeja lançar um módulo de pouso lunar em abril de 2022.

2) Missão russa Luna 25 e Orbitador lunar da Coreia do Sul

A missão lunar da Rússia para 2022 é chamada Luna 25.

Será a primeira missão do país à superfície da Lua em 45 anos — e deve ser a primeira missão a pousar no polo sul do satélite. Esta é a área que a Nasa está considerando para missões lunares tripuladas.

A agência espacial russa, Roscosmos, programou o lançamento para julho de 2022.

O Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia, a agência espacial da Coreia do Sul, lançará o Orbitador Lunar Coreano Pathfinder (KPLO) para a Lua um mês depois, em agosto de 2022.

O KPLO vai estudar a superfície da Lua e ajudará a planejar futuras missões aos polos lunares.

Robôs comerciais 

As empresas privadas também estão na corrida para a Lua.

Sob um programa da Nasa chamado Commercial Lunar Payload Services (CLPS), as companhias vão competir para fornecer serviços de transporte para a superfície da Lua.

A Intuitive Machines, com sede em Houston, pretende usar um robô lunar de seis patas chamado Nova-C para transportar cargas úteis para a superfície da Lua no início de 2022.

Uma missão posterior será lançada pela Astrobotic Technology, com sede na Pensilvânia, em meados de 2022.

A Peregrine Mission 1, da empresa, levará cargas úteis de pesquisa científica com um módulo de pouso de quatro patas em forma de caixa.

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