Sábado, 12 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 11 de julho de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11) que poderá conversar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mas “não agora”. Ele voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem descreveu como “muito duro em negociações”.
“Em algum momento posso falar (com Lula), mas não agora”, afirmou, ao ser questionado por repórteres em frente à Casa Branca sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil.
Trump anunciou tarifas sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos na quarta-feira (9). As novas alíquotas passam a valer em 1º de agosto.
Trump também comentou a relação com Bolsonaro, dizendo que “Bolsonaro era muito duro em negociações” e que “é muito injusta a maneira com que o Brasil o trata”. O republicano se referiu ao julgamento do ex-presidente em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre uma tentativa de golpe de Estado. A Corte brasileira foi alvo de críticas de Trump na carta em que anunciou a tarifa de 50% sobre o Brasil.
Ao tratar das tensões com o Canadá, Trump afirmou que as tarifas de 35% aplicadas ao país vizinho, anunciadas na noite de quinta-feira, foram “razoavelmente bem-recebidas”. Ele acrescentou que “recebi uma ligação do Canadá ontem (quinta), após a carta”, sem revelar detalhes, e indicou que eventuais exceções tarifárias ainda estão sendo avaliadas: “Veremos”.
A outros países que aguardam definições sobre medidas comerciais, Trump pediu que “continuem trabalhando duro” por um acordo com os americanos.
Na frente monetária, o republicano voltou a criticar o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. “Ele faz um trabalho terrível. Deveríamos ter taxas de juros três pontos porcentuais menores”, disse. Questionado sobre a possibilidade de demitir Powell, foi direto: “Não farei.”
Reciprocidade
Em entrevista na quinta-feira, 10, Lula afirmou que vai cobrar 50% em tarifas dos Estados Unidos caso Trump cumpra o anúncio de tarifar os produtos brasileiros.
Ele também disse avaliar recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e propor investigações internacionais. Lula sinalizou que manterá o diálogo aberto, e disse que o Brasil é um país onde tudo se resolve “na conversa”.
Lula classificou a carta enviada por Trump anunciando as tarifas como “absurda” e disse que não é costume enviar recados, por redes sociais, para chefes de Estado. O presidente também endossou que cabe ao Legislativo e ao Judiciário brasileiro estabelecer e cumprir leis.
(Com O Estado de S.Paulo)