Sábado, 27 de julho de 2024

Ucrânia agradece ao Brasil por condenar invasão russa

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniu neste sábado (18) com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, à margem da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.

Segundo o Itamaraty, os chanceleres “discutiram a situação atual da guerra, a posição brasileira sobre o conflito e a contribuição do Brasil à resolução a ser votada na Assembleia Geral da ONU, na qual se conclama, pela primeira vez, a ‘cessação de hostilidades’”.

Kuleba, por sua vez, agradeceu ao Brasil por “condenar a invasão russa” e convidou o país a participar da “fórmula de implementação da paz” promovida por Kiev.

Essa foi a primeira reunião de alto escalão entre Ucrânia e Brasil desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende a criação de um “grupo de países que se organizam pela paz”.

Em entrevista à CNN Internacional em 10 de fevereiro, Lula condenou a Rússia pela guerra na Ucrânia e chamou o conflito de “invasão” e de “um equívoco” do Kremlin. O presidente também disse ter se oferecido a Joe Biden para mediar diálogos com o objetivo de acabar com a guerra na Ucrânia.

“Precisamos começar um grupo de países que se organiza pela paz. Alguém tem de falar para o Putin e o Zelensky para pararem a guerra. Acho que o Biden tem a clareza que a guerra tem que parar. E eu disse pro Biden que temos disposição de conversar”, escreveu Lula nas redes sociais.

Os dois presidentes devem conversar por telefone após o feriado de Carnaval. A data deve definida na próxima semana. Será a primeira conversa entre Lula e Zelensky. Em abril, o chanceler russo, Sergei Lavrov, fará também uma visita ao País.

Posicionamento

A invasão russa no território ucraniano foi iniciada em fevereiro de 2022 e já deixou milhares de mortos. Desde o início do conflito, o governo brasileiro tem mantido uma posição neutra sobre o assunto.

No ano passado, durante a campanha eleitoral, o petista chegou a dizer que o presidente ucraniano é tão culpado pela guerra quanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Em janeiro deste ano, em uma mudança de discurso, Lula disse que a Rússia cometeu um “erro crasso” ao invadir a Ucrânia, mas afirmou que “quando um não quer, dois não brigam”.

Na ocasião, porém, o presidente declarou que o Brasil não tem interesse em enviar munições para auxiliar a Ucrânia no conflito.

“O Brasil não tem interesse em passar as munições, para que elas sejam utilizadas na guerras entre Rússia e Ucrânia. O Brasil é um país de paz. Portanto, o Brasil não quer ter qualquer participação, mesmo que indireta”, afirmou.

“A única coisa que eu sei é que se eu puder ajudar, vou ajudar. Mas se for preciso conversar com o Zelensky, com o Putin, eu faço”, acrescentou.

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