Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Variante ômicron pode ter adquirido pedaços de vírus do resfriado comum

A variante ômicron pode ter adquirido pelo menos uma de suas mutações ao coletar um fragmento de material genético de outro vírus, que causa um resfriado comum, aponta uma pesquisa preliminar publicada nesta semana na plataforma OSF Preprints.

O estudo ainda não foi avaliado por outros cientistas nem publicado em revista. Os cientistas são de uma empresa sediada em Massachusetts que analisa informações biomédicas, a Nference.

No artigo, eles levantam a hipótese de que a “troca” de material genético ocorreu entre a ômicron e o vírus HCoV-229E, um coronavírus que causa o resfriado comum. Essa mudança pode ter ocorrido em células infectadas ao mesmo tempo com a ômicron e o outro vírus.

Essa coinfecção cria o cenário para a recombinação viral – um processo no qual dois vírus diferentes na mesma célula hospedeira interagem enquanto fazem cópias de si mesmos, gerando novas cópias que possuem algum material genético de ambos os “pais”.

Os cientistas trabalharam com a possibilidade da troca porque uma das mutações que a nova variante tem não havia sido vista em nenhuma das outras variantes de preocupação do Sars-CoV-2, que causa a Covid, mas aparece no vírus que causa o resfriado.

Essa sequência genética também aparece em um pedaço do próprio genoma humano, segundo os pesquisadores. Farmacêuticas dizem já trabalhar em vacinas específicas para a variante ômicron do coronavírus

Dúvidas

A similaridade “surpreendente” entre a ômicron e o vírus do resfriado comum pode ter deixado a variante “mais acostumada com hospedeiros humanos” e provavelmente evitado algumas respostas do sistema imunológico, disse Venky Soundararajan, um dos autores do estudo, segundo o jornal americano “The Washington Post”.

“É essencialmente tirar uma folha da página dos coronavírus sazonais, o que [explica] como ele vive e se transmite de forma mais eficiente com os seres humanos”, declarou.

A ciência ainda não sabe se a ômicron é capaz de causar quadros mais graves de Covid do que as outras variantes ou se é mais transmissível.

Apesar das incógnitas, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse que o mundo está “mais bem-preparado” agora que existem vacinas disponíveis contra a Covid.

Brasil

O Brasil confirmou os seis primeiros casos de Covid-19 causados pela variante ômicron do coronavírus. Detectada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro, essa nova versão do agente infeccioso vem chamando a atenção de especialistas pela quantidade e pela variedade de mutações genéticas.

Por ora, há suspeitas — mas não confirmações — de que essa variante seja mais infecciosa e consiga “driblar” a imunidade obtida após a vacinação ou a recuperação da Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a ômicron como uma “variante de preocupação”, e um dos motivos é porque ela potencialmente possa provocar mais reinfecções.

Nos últimos dias, a ômicron já foi detectada em todos os continentes. Até o momento, a porção sul da África concentra a maioria dos casos.

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