Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de abril de 2022
O governo da Rússia afirmou nesta quinta-feira (21) que capturou Mariupol, a cidade mais atacada desde o início da invasão russa na Ucrânia e considerada estratégica para Moscou. No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ter desistido de capturar o complexo metalúrgico de Azovstal, onde mais de 2 mil soldados ucranianos e 120 mil civis se concentram.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconheceu que a Rússia ocupou maior parte da cidade mas afirmou que suas tropas ainda controla parte de Mariupol.
A Ucrânia não confirmou a queda de Mariupol mas afirmou que as tropas russas não são capazes de conquistar o complexo, que tem 6 km² e muitos túneis e passagens subterrâneas, além de dezenas de galpões.
Azovstal é uma das maiores metalúrgicas da Europa inteira e fica na área do porto da cidade, considerada estratégica pela Rússia justamente por ter saída para o mar de Azov e estar entre as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk e a da Crimeia, que foi anexada por Moscou em 2014.
“Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado. Ordeno o cancelamento do ataque. Precisamos pensar (…) na vida de nossos soldados e oficiais. Não há necessidade de entrar nestas catacumbas e rastejar no subsolo através das instalações industriais. Bloqueiem toda a área industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar”, afirmou o líder russo.
Segundo o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, os cerca de dois mil combatentes e civis ucranianos que resistem no complexo “estão cercados, e o perímetro da siderúrgica está bloqueado com segurança”. Putin prometeu poupar a vida dos que se renderem.
“Proponham mais uma vez a todos aqueles que não entregaram as armas que o façam, o lado russo garante as vidas e que serão tratados com dignidade”, afirmou Vladimir Putin, em recado às suas tropas.
O presidente da Rússia disse ainda que quer preservar vidas de soldados e civis na cidade.
Já a Ucrânia afirmou que a Rússia desistiu de atacar o complexo após perceber que suas tropas são incapazes de tomá-lo por força.
“Eles fisicamente não podem tomar o controle de Azovstal, eles entenderam isso após sofrerem grandes perdas lá. Nossos combatentes continuam resistindo”, afirmou o conselheiro da Presidência da Ucrânia Oleksiy Arestovych nesta quinta.
Ainda segundo Arestovych, a Rússia transferiu parte das forças que lutavam em Mariupol ao norte da Ucrânia para reforçar tropas que tentam conquistar as regiões de Donetsk e Lugansk. Ambas as áreas são controladas por separatistas pró-russos mas continuam sendo ucranianas.
Corredor humanitário
Após a Rússia afirmar que tomou Mariupol, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, exigiu nesta quinta que os russos permitam a saída urgente de civis e soldados feridos da usina Azovstal, por meio de um corredor humanitário.
“Há cerca de mil civis e 500 soldados feridos lá. Todos eles precisam ser retirados de Azovstal”, disse Vereshchuk em uma rede social.