Segunda-feira, 24 de março de 2025

8 de janeiro: Policiais Militares dizem que recuaram diante de invasores após falha em armas

Policiais militares presos na operação Lesa Pátria, que investiga omissão e colaboração com os atos terroristas de 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, disseram à Polícia Federal que recuaram diante dos bolsonaristas radicais que invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF) porque houve falha e falta de munição química. Veja o momento do recuo no vídeo acima.

O depoimento foi dado na terça-feira (7) e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, nesta quinta-feira (9). Segundo o major Flávio Silvestre de Alencar, os policiais também precisaram recuar para socorrer colegas feridos.

A justificativa de “socorrer colegas” foi usada ainda para explicar a retirada das viaturas da PM do local.

No dia dos atos terroristas, o major Flávio foi flagrado por uma câmera de segurança em um carro da PMDF que escoltou outras viaturas para longe da grade de contenção que impedia os bolsonaristas de avançar até o prédio do STF. Já o tenente Rafael Pereira Martins afirmou à Polícia Federal que o “baixo efetivo” da PM na Esplanada “ocasionou a dificuldade em conter os manifestantes”.

De acordo com o depoimento, por volta das 15h30 do dia 8 de janeiro, ele ordenou a retirada da tropa de choque da PM porque “diversas armas não letais” apresentavam pane, e havia pouca munição química.

Além disso, Martins disse que “havia muita proximidade” com os terroristas, o que poderia resultar em “óbitos em ambos os lados”. De acordo com ele, a retirada do veículo – que aparece nas imagens – não facilitou a invasão ao STF.

“Os policiais preconizaram um combate em uma distância entre 30 e 50 metros”, disse o tenente à Polícia Federal.

Lesa Pátria

Na terça-feira, a Polícia Federal prendeu quatro policiais militares na operação Lesa Pátria. Além do major Flávio Silvestre de Alencar e do tenente Rafael Pereira Martins, também foram detidos o Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF e o Capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar.

Os investigadores cumpriram mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária, além de seis mandados de busca e apreensão.

Essa foi a quinta fase da operação Lesa Pátria, que busca prender envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro – ocasião em que terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A suspeita de omissão e conivência das polícias locais no dia das ações golpistas levou à destituição e à prisão de integrantes da cúpula da segurança pública do DF – incluindo o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e o então comandante da PM, Fábio Augusto Vieira.

Até o último dia 6 de fevereiro, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão nas fases anteriores da operação Lesa Pátria, que se tornou permanente.

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