Sábado, 18 de janeiro de 2025

A situação dos brasileiros em Israel e na Faixa de Gaza

Uma parte dos brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza, atingida sucessivamente por ataques israelenses em represália aos atos praticados pelo Hamas no último sábado (7), está abrigada numa escola católica.

Entre os problemas para a retirada dos cidadãos, está o fato de Israel ter bombardeado a saída através da qual as autoridades planejavam retirar os brasileiros, além de o Egito hesitar em autorizar a passagem através de seu território.

De acordo com o embaixador brasileiro no Território Ocupado da Palestina, Alessandro Candeas, o governo informou as autoridades israelenses sobre a decisão de abrigar os 13 dos 28 brasileiros que moram na Faixa de Gaza na escola, para evitar que o local se torne alvo de bombardeios. Outros brasileiros em Gaza disseram que vão aguardar em suas casas até o fim das negociações para a retirada de todos os seus compatriotas da região.

“Estamos hospedando 13 integrantes do grupo de brasileiros numa escola católica: Sister Rosary School. Os 15 restantes preferiram aguardar em suas casas. Informaremos Israel deste fato, a fim de que o local não seja bombardeado”, informou Candeas.

A mesma escola já foi alvo de um bombardeio israelense em 2021, numa ofensiva que causou danos ao edifício. À época, o Exército israelense alegou que o local era usado como abrigo por terroristas do Hamas. A Faixa de Gaza vive uma crise humanitária. A escassez de suprimentos vitais agravou a situação no enclave à medida que se intensificam os bombardeios israelenses à região. A falta de energia elétrica em Gaza pode prejudicar a comunicação com os brasileiros, caso seus telefones celulares fiquem sem bateria, mas, segundo Candeas, alguns estão conseguindo economizar a carga de suas baterias.

O Brasil pretende retirar seus cidadãos numa viagem de ônibus através da fronteira com o Egito. Em seguida, o grupo deverá ser levado até Cairo, capital egípcia, de onde um avião os transportará de volta para o Brasil. O Itamaraty assegurou que toda a logística para o resgate já está pronta.

O Egito, porém ainda não autorizou a passagem dos brasileiros por seu território, temendo que alguns se tornem refugiados no país.

“Os nossos brasileiros não vão se transformar em imigrantes, nem refugiados. Nós vamos passar com eles pela fronteira, levar a um avião. O avião vai resgatar e tirá-los do Egito. Então, não, essa preocupação deles não procede.”

Uma aeronave presidencial decolou na tarde desta quinta-feira (12), em Brasília, para a operação de resgate de brasileiros em Gaza. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião tem capacidade para até 40 passageiros.

A FAB informou que o acionamento da aeronave ocorreu em “caráter de urgência”. O avião presidencial foi cedido especialmente para a missão. No caminho, a aeronave fará uma parada técnica em Cabo Verde, no continente africano, e aterrissará em Roma, onde permanecerá até receber autorização para prosseguir ao Egito.

“O governo brasileiro está focado no resgate dos civis brasileiros que estão nas áreas de conflito entre Israel e Palestina. A criação de corredores humanitários é a prioridade para que mais civis possam sair em segurança da região”, escreveu o Planalto em uma rede social.

Esta operação de resgate de cidadãos nomeada “Voltando em Paz” é a maior de uma zona de guerra já realizada pelo Brasil: quase 3 mil brasileiros, 60% deles turistas, pediram repatriação de Israel. A FAB vem realizando voos diários entre os dois países. Na madrugada desta quinta, 214 passageiros que estavam retidos em Jerusalém desde o início do conflito chegaram ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Até este domingo (15), outros cinco voos da FAB devem deixar Israel rumo ao Brasil. O Itamaraty informou que os três grupos prioritários no processo de repatriação são idosos, grávidas e crianças. Até o momento foram confirmadas as mortes de dois brasileiros nos ataques terroristas do Hamas a Israel; uma jovem ainda está desaparecida.

 

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