Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Após divulgação de números sobre geração de empregos, analistas reveem projeções para a economia; entenda

O mercado de trabalho criou 180.395 empregos formais em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número, o dobro do registrado em janeiro de 2023, veio acima do esperado por analistas do mercado financeiro.

Somado a outros indicadores de janeiro que surpreenderam positivamente nos últimos dias, como as vendas do varejo e o volume de serviços prestados, analistas avaliam que a economia começou 2024 em aceleração.

O mercado de trabalho criou 180.395 empregos formais em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número, o dobro do registrado em janeiro de 2023, veio acima do esperado por analistas do mercado financeiro.

Somado a outros indicadores de janeiro que surpreenderam positivamente nos últimos dias, como as vendas do varejo e o volume de serviços prestados, analistas avaliam que a economia começou 2024 em aceleração.

No total, o ritmo de geração de emprego em janeiro surpreendeu positivamente. Esperava-se criação de 86,5 mil vagas. O dado veio acima até da mais otimista das projeções, que estimava a abertura de 115,4 mil postos.

Os números vieram tão positivos que levaram Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, a fazer uma análise mais detalhada sobre a base de dados divulgada pelo MTE, para verificar a possibilidade de alguma explicação atípica para o crescimento em janeiro.

Aumento disseminado

Segundo Donato, a análise apontou que a geração de vagas foi generalizada, sinalizando para uma economia em aceleração. Mesmo o comércio, única atividade a fechar vagas, teve desempenho positivo, quando se faz o ajuste sazonal. Tirando da conta as demissões que sempre ocorrem nessa época do ano, o comércio fica com saldo positivo em torno de 30 mil empregos, estimou Donato:

“Quando ajustado, o mercado de trabalho como um todo registrou a abertura de cerca de 200 mil vagas”.

Segundo José Márcio Camargo, economista-chefe da corretora Genial Investimentos, a aceleração revelada pelos números de janeiro já era esperada por economistas, e tem a ver com a evolução da atividade no ano passado. Em 2023, o crescimento econômico de 2,9% foi concentrado no primeiro semestre.

“Crescimento foi forte no primeiro semestre e estagnou no segundo semestre. Agora, neste começo do ano, temos uma retomada. Sem dúvida, esses primeiros números de janeiro estão mostrando uma reaceleração da economia em relação ao fim do ano passado”, disse Camargo.

Com os dados de janeiro, a XP Investimentos agora projeta que 2024 terminará com a abertura de 1,25 milhão de empregos, pouco abaixo do registrado no acumulado em 12 meses até o primeiro mês deste ano, que ficou em 1,56 milhão.

Em relatório, a equipe de economistas da XP destacou que o “aumento do emprego e dos salários reais dará suporte às despesas de consumo das famílias neste ano”.

Esse suporte ao consumo virá também do aumento dos rendimentos. O salário médio de admissão subiu 3,38% em janeiro ante dezembro, atingindo R$ 2.118,32, segundo o Caged. Frente a janeiro de 2023, a subida foi mais tímida, de 0,82%.

Ao mesmo tempo, os reajustes dos salários de quem seguiu no mesmo trabalho têm crescido — 83,2% dos aumentos negociados em janeiro foram acima da inflação, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).

Em queda

Para Donato, os dados do Caged também sugerem que tem havido formalização, em detrimento da abertura de vagas informais. Do total de empregos criados em janeiro, 37.001 se referem a contratos de trabalho atípicos, com a predominância de trabalhadores com menos de 30 horas semanais e intermitentes, modalidades criadas pela reforma trabalhista de 2017, respondendo por 20,5% do total.

Por outro lado, a alta dos salários poderá aquecer demais a demanda e, dessa forma, alimentar a inflação. Tanto Donato quanto Camargo avaliam que o cenário ficou mais complicado para o Banco Central (BC), que vem baixando a taxa básica de juros (a Selic, hoje em 11,25% ao ano) desde agosto.

Camargo, da Genial Investimentos, chamou a atenção para outro aspecto do crescimento econômico de 2023. Pelo lado da demanda, a economia foi puxada pelo consumo das famílias e pelas exportações. Os investimentos, importantes para ampliar a capacidade de crescimento, caíram.

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