Domingo, 05 de maio de 2024

As palavras mágicas esquecidas

Todos os dias quando chego no hospital é cedo e está amanhecendo. É um horário de grande fluxo de pessoas, pois as atividades cotidianas no Complexo Hospitalar da Santa Casa iniciam as 7 horas.

No prédio garagem, apesar de possuir 4 elevadores, neste período, estão sempre lotados. É comum, quando entro cumprimentar a todos, educadamente, a meia voz: “BOM DIA!” Às vezes, alguns respondem sérios e, perceptivelmente a contragosto, em voz baixa. Outras vezes parecem um coro de jogral: “BOM DIA! ” As pessoas são diferentes. Entretanto, muitas vezes, ninguém responde. Fico pensando: Mas que falta de educação!

Aí, então, em tom provocativo, cumprimento com voz mais alta. Discretamente constrangidos todos respondem em alto e bom som: “BOM DIA”

Penso que antigamente não era assim, as pessoas eram mais educadas! Talvez o urbanismo das grandes cidades tenha nos dessensibilizados.

O desejo inicial de bom dia é que todos tenham um dia bom, um dia feliz. Provavelmente aquele não será nosso último dia, mas temos que aproveita-lo bem, pois não sabemos ainda quantos faltam.

O gesto é um rápido compartilhamento de solidariedade e afeto. É um gesto de respeito e de amizade. A educação vem piorando lentamente, de geração em geração, tanto a educação familiar, quanto a escolar e a universitária.

A educação familiar sempre será a base da formação do indivíduo. O lar é o local onde se lapida a personalidade e o caráter.

Lá serão apresentados os direitos, os deveres e os valores humanos. Se aprende a valorizar os alimentos, a higiene pessoal e a organização do lar!

No seio familiar é que aprendemos as palavras mágicas: senhor, senhora, por favor, por gentileza, obrigado, muito grato, boa tarde, bom dia…

Hoje é comum que os pais trabalhem fora e não tem mais tempo para a educação dos filhos.

Houve uma transferência desta responsabilidade para a educação escolar nas instituições públicas e privadas que, na maioria das vezes, não está mais devidamente comprometida com as boas práticas, mas sim com práticas ideológicas.

É uma lastima! Como era bom ouvir de manhã cedo: BOM DIA!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

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