Sábado, 05 de outubro de 2024

Bolsonaro visita o Senado durante a sabatina de Zanin

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nessa quarta-feira (21) de uma reunião no gabinete do seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Senado. A visita ocorreu no mesmo momento em que o advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Supremo Tribunal Federal (STF), era sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Na saída, Bolsonaro afirmou que foi tratar do julgamento de uma ação que pede sua inelegibilidade, marcado para começar nesta quinta (22) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente negou que a ida tenha relação com a sabatina.

Bolsonaro também criticou uma possível diferença no tratamento do TSE, em relação ao julgamento da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer, em 2017.

“Será péssimo para a democracia se eu for julgado de forma diferente como foi a chapa Dilma-Temer em 2017.”

Deputados federais aliados do ex-presidente, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis e Filipe Barros (PL-PR) também participaram da reunião, assim como o ex-ministro e ex-chefe de gabinete de Bolsonaro Célio Faria.

Aprovação

O plenário do Senado aprovou a indicação do advogado Cristiano Zanin ao Supremo por 58 votos a 18. Zanin tem 47 anos e poderá ficar na Corte até 2050. Ele ganhou projeção como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava-Jato.

Essa foi a última etapa da indicação. Agora, o presidente publicará a nomeação no Diário Oficial da União (DOU). A posse no STF deve ocorrer em agosto, devido ao recesso do Judiciário em julho.

Durante a sabatina, Zanin foi questionado diversas vezes sobre sua ligação com Lula. O advogado afirmou que não terá “qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja” e que só estará subordinado à Constituição.

Zanin também afirmou que não poderá julgar os casos em que atuou como advogado, o que inclui os de Lula. Ele evitou, no entanto, se comprometer sobre novos processos envolvendo o presidente e disse que precisará analisar caso a caso.

“No caso de suspeições e de impedimentos futuros, se aprovado por esta Casa, evidentemente que eu terei que analisar o conteúdo do processo, saber qual é o tema em discussão, quais são as partes envolvidas e aí aplicar exatamente o que diz a lei”, afirmou.

Zanin é especialista em direito criminal, além de atuar no direito econômico, empresarial e societário.

Natural de Piracicaba, no interior de São Paulo, ele e sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins, atuam na defesa de Lula desde 2013 e respondem pelo presidente em todos os processos criminais contra ele. O advogado ganhou projeção justamente pelo seu trabalho durante a Operação Lava-Jato, quando defendeu o presidente e conseguiu anular as condenações.

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