Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de maio de 2023
Representantes da cantora Tina Turner, morta aos 83 anos na quarta-feira (24), confirmaram ao jornal britânico The Daily Mail que a americana morreu de causas naturais em sua casa em Küsnach, na Suíça.
“Tina Turner, a ‘Rainha do Rock’n Roll’, morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença em sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo”, diz o comunicado.
Uma mensagem também foi publicada na conta oficial da cantora no Instagram: “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, diz o texto.
Desde que se aposentou dos palcos, em 2009, a lenda da música sofria com as consequências de um câncer, um derrame e da insuficiência renal. Há dois meses Tina admitiu que estava em
“grande perigo” devido a uma doença nos rins.
“Meus rins são vítimas de eu não perceber que minha pressão alta deveria ter sido tratada com medicamentos convencionais”, ela compartilhou no Instagram, em março. “Coloquei-me em grande perigo ao me recusar a enfrentar a realidade de que preciso de terapia diária e vitalícia com medicamentos. Por muito tempo acreditei que meu corpo era um bastão intocável e indestrutível”, acrescentou.
Dois anos antes, Turner revelou em um documentário que vinha lidando com uma série de enfermidades físicas e mentais ao longo dos anos. Ela contou que foi diagnosticada com uma forma de transtorno de estresse pós-traumático devido ao abuso doméstico que sofreu durante o casamento com seu primeiro marido, Ike Turner.
“Eu tive uma vida abusiva, não tem outra forma de contar a história. É uma realidade. É uma verdade. Isso é o que você tem, então você tem que aceitar”, disse Tina na época.
Trajetória
Nascida em 26 de novembro de 1939, em Nutbush, Tennessee (EUA), em uma família batista, Anna Mae Bullock começou a cantar ainda criança no coral da igreja. Sua carreira teve início no final da década de 1950, enquanto ainda cursava o ensino médio em East St. Louis, no estado de Illinois. Em 1957, ela começou a cantar no grupo Kings of Rhythm, de Ike Turner, que conheceu no Manhattan Club, em East St. Louis, onde sua irmã, Alline, era garçonete.
A estreia foi sob o nome artístico de Little Ann, como apareceu creditada no disco “Boxtop”, de 1958. Somente em 1960, ela passou a ser apresentada como Tina Turner, no single “A fool in love”, seu primeiro hit com Ike Turner. Eles iniciaram seu relacionamento nesta época, e se casaram em 1962.
Entre os anos 1960 e 1970, a dupla Ike & Tina Turner se tornou um dos maiores nomes do pop americano, graças a sucessos como “It’s gonna work out fine”, “River Deep – Mountain High”, “Proud Mary” e “Nutbush city limits”.
Rotina de agressões
Enquanto a vida pública de Ike & Tina Turner era sinônimo de sucesso, na intimidade a cantora vivia uma rotina de abusos e violência doméstica. Com variações de humor de Ike agravadas pelo consumo de cocaína, a cantora sofria constantes agressões e teria sido levada por ele a um bordel em Tijuana, no México, na noite de seu casamento.
Conforme revelou na autobiografia “Eu, Tina: A história de minha vida” (livro de 1986 transformado em filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne), o comportamento do marido a levou a uma tentativa de suicídio em 1968, por ingestão de Valium. Após decidir separar-se em 1976, Tina abriu mão de bens e assumiu várias dívidas de shows cancelados no período, para manter o sobrenome Turner. Após o divórcio chegar ao fim, em 1978, Tina tocou por dois anos em pequenos clubes para recuperar-se financeiramente.
A virada em sua carreira veio nos anos 1980, quando ascendeu definitivamente ao topo do pop americano. Em 1991, já consagrada como a Rainha do Rock’n Roll, Tina passa a integrar o Hall da Fama do Rock.
Em 1995, ela se muda para a Suíça com o produtor e empresário alemão Erwin Bach, com quem viria a se casar, numa cerimônia budista, em 2013. Naturalizada suíça no mesmo ano, Tina recebeu um dos rins do marido, após sofrer falência dos órgãos, ao ser diagnosticada com câncer no intestino, em 2018.