Sexta-feira, 04 de outubro de 2024

Eduardo Leite elogia o ministro da Fazenda, mas vê Lula com agenda antiga e defasada

Um dos nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao final do primeiro ano com uma fórmula de desenvolvimento “antiga” e “defasada” e demonstra “dificuldades de modernizar”. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o tucano elogiou a capacidade de diálogo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas observa que, do ponto de vista econômico, “a lógica, que é a lógica do PT, tem menos cuidado com o gasto público”.

“Eles fazem um programa habitacional, construção civil aqui, fabricação de veículos ali, mas estruturalmente não dão colaboração numa nova lógica de desenvolvimento econômico sustentável para o País”, afirma. “Vamos caminhando no final deste primeiro ano de governo com uma fórmula de desenvolvimento antiga, parece que tem dificuldades de modernizar.”

Leite admite que é legítimo almejar o Planalto. Ele citou, porém, Tancredo Neves — presidente eleito pelo Colégio Eleitoral, em 1985, e que não conseguiu tomar posse —, para dizer que “Presidência é destino”. “Tantos se prepararam para ser presidente e não foram e tem os que não se prepararam e foram.”

O tucano revelou também que não pretende seguir no comando do PSDB. Alega que recebeu o voto dos gaúchos para governar o Estado e que ambas as funções são praticamente incompatíveis. Leite disse que seu trabalho à frente do partido foi o de resgatar o DNA tucano: “Como o PSDB sempre polarizou com o PT, quando ele perdeu essa polarização, e ela passou a ser exercida pelo bolsonarismo, isso gerou uma certa esquizofrenia no partido, uma certa confusão”.

Com palavras moderadas, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) por querer, segundo ele, legislar na questão da política de drogas, uma discussão que, em seu entender, deve ser do Congresso Nacional. “Acho que esse debate é na seara política”. E concordou que é pertinente a discussão de um mandato para os juízes do Supremo, como querem lideranças do Congresso. “É razoável haver cuidado por que os precedentes que se abrem numa Corte que envolve um número reduzido de pessoas (são 11 ministros) pode gerar instabilidade política também no País.”

O governador gaúcho ressaltou que o Supremo tem dado grandes colaborações e citou o “próprio episódio do processo eleitoral que tivemos com ameaças à nossa democracia e ao processo eleitoral demonstraram a importância do Supremo. No entanto, é razoável haver cuidado por que os precedentes que se abrem numa Corte que envolve um número reduzido de pessoas pode gerar instabilidade política também”.

Posicionamento

Questionado sobre seu posicionamento político, Eduardo Leite disse se definir como centro, que não é Centrão. “Um amigo me perguntou e eu devolvi a pergunta: ‘O que é direita pra você?’ ‘Direita é mais sobre privatização, enxugamento do Estado.’ ‘E esquerda?’ ‘É mais preocupada com transferência de renda e programas sociais, políticas de cultura.’ E eu quis saber qual era a incompatibilidade entre as duas coisas. Eu acredito num governo que é menor, mais enxuto, que privatiza, reforma, repensa a máquina pública, que dá força para iniciativa privada fazer tudo que quiser fazer, e tirar o governo disso, mas também num governo com papel na transferência de renda, políticas de cultura, programas sociais de inclusão de reparação de desigualdades e de promoção da igualdade. Não vejo incompatibilidade nas duas coisas”.

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