Sexta-feira, 11 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de outubro de 2023
Neste domingo (22), os argentinos vão às urnas votar. Serão eleitos 130 deputados (são 257 no total) e 24 senadores (são 72 no total), governadores de Buenos Aires e Entre Rios e o prefeito da cidade de Buenos Aires, que é uma cidade autônoma. Também haverá votação para escolha do novo presidente.
As regras das eleições na Argentina foram estabelecidas em uma reforma constitucional de 1994. De lá para cá, houve sete eleições presidenciais, e em apenas uma houve votação no segundo turno. A única vez que o presidente foi escolhido em uma votação de segundo turno foi em 2015, quando Maurício Macri, que havia ficado atrás de Daniel Scioli no primeiro turno, saiu vencedor. O caso de 2003 foi diferente dos outros anos. Os candidatos mais bem votados no primeiro turno daquele ano foram:
Carlos Menem, com 24% e
Nestor Kirchner, com 22,24%.
Os dois deveriam se enfrentar no segundo turno, mas Menem desistiu do pleito. Assim, Nestor Kirchner tornou-se presidente porque era o único candidato que poderia vencer (ele teve pouco mais de 22% dos votos no primeiro turno).
Há um motivo pelo qual apenas duas de sete eleições presidenciais na Argentina foram para o segundo turno: é possível ser vencedor já no primeiro turno mesmo sem a maioria absoluta dos votos, como é no Brasil.
Em 1994 foi determinado que há duas possibilidades de vitória em primeiro turno. Isso ocorre se:
O candidato mais bem votado tiver 45% dos votos ou mais ou;
O candidato mais bem votado tiver mais de 40% dos votos e, ao mesmo tempo, 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo melhor candidato.
Se as regras eleitorais da Argentina fossem iguais às do Brasil, onde só há vitória em primeiro turno se o candidato tiver 50% dos votos mais um, teria havido segundo turno em quatro eleições (1995, 1999, 2007 e 2019).
Apenas uma pessoa teve mais de 50% dos votos no primeiro turno: Cristina Kirchner, viúva de Nestor Kirchner, em 2011.
Em agosto, os argentinos votaram nas primárias, que são obrigatórias para todas as coligações e visa manter apenas os candidatos que realmente têm chances. O resultado deste ano foi quase um empate triplo:
Javier Milei, deputado federal populista que se define como libertário, em primeiro, com 29,86%;
A coligação de Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança de Macri, em segundo com 28%;
A frente política de Sergio Massa, o atual ministro da Economia, em terceiro com 27,27%.
Outros dois candidatos, Juan Schiaretti e Myriam Bregman, também foram selecionados para estar no primeiro turno, mas ficaram muito atrás dos três primeiros.