Quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich: conheça os três favoritos nas eleições presidenciais da Argentina neste domingo

Cinco candidatos disputam o primeiro turno das eleições da Argentina neste domingo (22). Em agosto, houve as primárias, que são obrigatórias para todas as coligações. Um dos objetivos dessa votação é tirar do pleito os candidatos com menores chances de vitória e manter só os que realmente têm chances. O resultado deste ano foi quase um empate triplo:

Javier Milei, deputado federal populista que se define como libertário, em primeiro, com 29,86%;
A coligação de Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança de Macri, em segundo com 28%;
A frente política de Sergio Massa, o atual ministro da Economia, em terceiro com 27,27%.

Outros dois candidatos, Juan Schiaretti e Myriam Bregman, qualificaram-se para estar no primeiro turno, mas ficaram muito atrás dos três primeiros.

Também serão eleitos 130 deputados (são 257 no total) e 24 senadores (são 72 no total), governadores de Buenos Aires e Entre Rios e o prefeito da cidade de Buenos Aires, que é uma cidade autônoma.

Javier Milei

Milei já afirmou que o Papa Francisco é um “esquerdista asqueroso”, que a moeda argentina não deveria valer “nem excremento”, que ele considera que a venda de órgãos humanos deveria ser um mercado como os outros e que, para ele, o Estado é um inimigo, e os impostos são um entrave para a liberdade”.

Antes de ingressar na política, Milei foi goleiro das categorias de base do clube Chacarita, cantou em uma banda de rock chamada Everest (eles faziam covers dos Rolling Stones) e estudou economia. Depois de cursar a faculdade de economia e fazer uma pós, Milei trabalhou como professor universitário e deu consultoria para empresas.

No fim da década passada, começou a participar de programas de rádio e, depois, de mesas redondas de política na TV argentina. Ele conseguiu fama como o convidado “politicamente incorreto” que falava alto e eventualmente xingava os outros. Algumas de suas frases famosas foram ditas nesses programas de debates em que os convidados tentam chamar a atenção: ele afirmou que é professor de sexo tântrico e que conversava com o espírito de seu cachorro.

Durante a pandemia de coronavírus, Milei participou de manifestações contra a quarentena. Então, em julho de 2021, ele fundou seu partido, o A Liberdade Avança, e se candidatou a deputado federal pela cidade de Buenos Aires. A coligação dele teve 17% dos votos em Buenos Aires, uma porcentagem que ninguém esperava. Ele não teve destaque como deputado e, então, se lançou como candidato a presidente.

Na campanha ele fez eventos que juntaram multidões e empregou slogans fáceis de lembrar, como “a casta tem medo” e “viva a liberdade, cara***”.

Patricia Bullrich

A candidata da direita tradicional nestas eleições presidenciais, começou a carreira política no campo ideológico oposto: durante a última ditadura militar do país, no fim da década de 1970, ela foi do grupo de militantes de esquerda Montoneros. Ao longo dos anos, Bullrich, filha de uma família rica e tradicional da Argentina, foi se deslocando para a direita. Ela foi ministra do Trabalho e da Segurança Social do governo de Fernando de la Rua, uma gestão que se desintegrou com uma grave crise econômica em 2001.

Na Argentina, todas as coligações são obrigadas a fazer prévias, mesmo que haja um único candidato. Ao chegar no local de votação, o eleitor escolhe em qual coligação vai votar. Dentro de sua própria coligação, Bullrich foi vencedora, mas quem ficou em primeiro lugar foi Javier Milei, um político populista que se define como libertário que lançou seu próprio partido e que surpreendeu nas prévias. Desde então, Bullrich não teve bons momentos na campanha. Milei recebeu muito mais atenção do que ela.

Sergio Massa

Massa começou a vida política em um partido conservador, a UCeDé. Na época, o peronismo (corrente política ligada ao ex-presidente Juan Domingo Perón) vivia uma fase de direita. A UCeDé era da base do governo, e Massa acabou migrando para o peronismo.

Massa tornou-se um aliado do presidente Nestor Kirchner e permaneceu no cargo até o governo de Cristina, quando tornou-se chefe de gabinete da nova presidente. No entanto os dois brigaram, e Massa tentou se afastar do kirchnerista e se apresentar como um peronismo independente –foi assim que ele se apresentou nas eleições presidenciais de 2015, quando perdeu para Maurício Macri.]

Em 2019, Massa e Cristina voltaram a se aproximar. A esquerda fez uma grande aliança naquele ano: Alberto Fernández foi eleito presidente com Cristina Kirchner como vice, e Massa foi eleito deputado.

Ele foi escolhido como presidente da Câmara dos Deputados até julho de 2022 –com dificuldade para conter a inflação, o governo decidiu nomear Massa como ministro da Economia. Massa ainda está no cargo, mesmo sendo, ao mesmo tempo, candidato à presidência. Apesar de ser ligado historicamente aos Kirchner, ele é considerado um centrista.

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