Quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Eleições na Argentina: veja datas, como funciona e quem são os principais candidatos

Com a aproximação das eleições na Argentina, cresce a expectativa para saber quem será o próximo presidente do país. O primeiro turno das eleições na Argentina está marcado para domingo, dia 22 de outubro. Em caso de empate, o segundo será em 12 de novembro.

Três candidatos — Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich — lideram as pesquisas de intenção de voto.

Em 12 pesquisas, feitas até 11 de outubro e consultadas pelo jornal argentino “La Nación”, Milei aparece no topo de 11 delas. Em duas, com 35,6% e 35,5%. Nas demais, entre 34,7% e 33%.

Na sequência, Massa aparece com 26% e 32,2%; Patricia, 21,8% e 28,9%.

O processo para definição de um presidente argentino começa antes do primeiro turno, por meio das Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias — as chamadas “Paso”.

Na prática, elas funcionam como um termômetro popular. Por meio delas, as coalizões decidem os melhores candidatos para estar na corrida eleitoral. As legendas que registram menos de 1,5% dos votos, por exemplo, são impedidas de concorrer.

Além do presidente e vice, é nessa etapa que os argentinos escolhem os candidatos que vão concorrer aos cargos do Parlamento do Mercosul, à Câmara dos Deputados e ao Senado.

O voto, por sua vez, é obrigatório aos eleitores residentes na Argentina e que tenham entre 18 e 70 anos. Os que deixam de votar são incluídos no registro de infratores e precisam pagar uma multa — exceto nos casos em que a ausência é justificada.

Apesar da obrigatoriedade, os eleitores que não votam na Paso não são impedidos de votar nas eleições gerais – mesmo que a falta não seja justificada.

Em outras palavras, além de ser uma prévia das eleições gerais, as primárias têm objetivo de solucionar:

– Disputas internas entre pré-candidatos dentro dos partidos;
– Tirar legendas com pouco apoio popular da disputa.
– Já no dia das eleições, o candidato, para vencer no primeiro turno, deve receber 45% dos votos — ou 40% com uma diferença superior a 10 pontos percentuais para o segundo colocado.

Principais candidatos

Três candidatos à Presidência argentina lideram a corrida para ocupar a Casa Rosada pelos próximos 4 anos. O atual presidente, Alberto Fernández, decidiu não concorrer à reeleição.

Javier Milei – Ligado à coalizão conservadora Libertad Avanza (Liberdade Avança), Milei, de 52 anos, foi o candidato mais votado nas eleições primárias, realizadas em agosto, com 30,2% dos votos. Economista formado pela Universidade de Belgrano, trabalhou em bancos, consultorias e grupos de políticas econômicas antes de se dedicar à vida política. Em novembro de 2021, foi eleito deputado federal. Considerado um candidato de extrema-direita, Milei defende pautas como a dolarização da economia argentina, redução dos gastos estatais, privatização de estatais e a desregulamentação do porte de armas.

Sergio Massa – Ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual ministro da Economia do governo Fernández, Sergio Massa, integra a coalizão Unión por la Patria (União pela Pátria). Apesar de aparecer em segundo lugar nas intenções de voto, o advogado da ala de centro-esquerda ficou em terceiro lugar nas primárias, com 27,28% dos votos. Um dos desafios encarados pelo peronista à frente da pasta, assumida há 1 ano, foi a alta da inflação — que atingiu um dos maiores índices no período. A taxa chegou a 138,3% ao ano em setembro, elevando os preços de diversos produtos.

Patricia Bullrich – Candidata de centro-direita, Patricia Bullrich integra a maior coligação da oposição, Juntos pela Mudança – ligada ao ex-presidente Mauricio Macri, que liderou a Argentina de dezembro de 2015 a dezembro de 2019. Ainda na era Macri, a cientista política de 67 anos ocupou o cargo de ministra da Segurança. Anteriormente, de 1999 a 2001, foi ministra do Trabalho no governo do ex-presidente Fernando de la Rúa, de centro-esquerda. Ficou em segundo lugar nas primárias, com 28% dos votos. Entre as bandeiras defendidas por Bullrich, está a autonomia do Banco Central, a reforma trabalhista e privatização de estatais para diminuir os gastos.

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