Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Estudo para mapear Infecções Sexualmente Transmissíveis faz testagens na região de Canoas

O Projeto Atitude, estudo coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento para mapear o comportamento, as práticas e os cuidados da população gaúcha em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), está passando por Canoas, na Região Metropolitana.

Até o dia 23 de abril,  os moradores da cidade irão receber visitas das equipes que estão recrutando voluntários para a pesquisa. Além de responder a questionamentos, os participantes serão testados para HIV, sífilis e hepatites B e C.

O principal objetivo é identificar os motivos pelos quais o RS aparece em primeiro lugar nos casos de HIV e outras ISTs no País. É a primeira vez que uma pesquisa desse tipo acontece no Brasil.

O Projeto Atitude deve entrevistar, ao todo, 8,2 mil pessoas no Rio Grande do Sul. De acordo com a epidemiologista Eliana Wendland, que lidera o projeto, a estratégia é facilitar o acesso das pessoas aos testes sorológicos. “Responder a essas entrevistas é fundamental para identificação de grupos de maior risco e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações”, explica a médica.

Confira o cronograma das próximas semanas:

  • Esteio – 25 a 28 de abril
  • Sapucaia do Sul – 29 de abril a 6 de maio
  • Pelotas – 23 de abril a 05 de maio
  • Capão do Leão – 06 e 7 de maio
  • Cachoeirinha – 09 a 28 de maio

Projeto Atitude

O Projeto Atitude irá percorrer 56 municípios do Rio Grande do Sul. A coleta de dados se iniciou em dezembro de 2020 e, devido ao agravamento da pandemia, foi interrompida até agosto de 2021. A iniciativa é desenvolvida em conjunto com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), e conta com a parceria da Secretaria Estadual da Saúde.

As equipes – compostas por entrevistadores e um técnico de enfermagem – foram treinadas, e os profissionais estão identificados com colete e crachá com foto e um QR Code que pode ser scaneado para que as pessoas que estão sendo visitadas tenham a certeza de que a equipe faz parte da pesquisa. Também é possível conferir a identidade dos pesquisadores pelo telefone (51) 3537-8092.

Mortalidade alta no RS

Dados da Secretaria Estadual da Saúde de 2019 indicam que o Rio Grande do Sul apresenta a maior taxa de mortalidade por Aids no País, com nove óbitos por 100 mil habitantes – a média nacional é de 4,8 óbitos. Já a taxa de infecção de HIV em gestantes também é a maior do Brasil, com 9,5 casos para cada mil nascidos vivos – sendo em 2,8 o indicador nacional.

O RS tem a segunda maior taxa de detecção de sífilis adquirida no País, com 116 casos por 100 mil habitantes – o indicador nacional é de 58  – e a terceira maior incidência de sífilis congênita em menores de um ano, com 14,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, quando a taxa brasileira é 8,6.

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