Sábado, 05 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de outubro de 2023
A escalada da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas fez o temor de piora geopolítica crescer no mercado financeiro mundial. Uma pesquisa do Bank of America (BofA), que ouviu quase 300 investidores e gestores globais que cuidam de US$ 736 bilhões (por volta de R$ 3,7 trilhões), mostra que o risco geopolítico foi o que mais cresceu em outubro e já ocupa a segunda posição na lista de maiores preocupações dos agentes do mercado financeiro global. No topo da lista, está a inflação alta e suas consequências para as taxas de juros.
O confronto no Oriente Médio teve até agora impacto limitado no mercado financeiro, com efeitos mais concentrados nas commodities, sobretudo petróleo e gás. Mas a preocupação na comunidade financeira tem crescido de forma disseminada, como pôde ser observado nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em Marrakesh, no Marrocos, na última semana. Nos corredores e nas mesas dos dois encontros, a guerra no Oriente Médio dominou a agenda.
Apesar de terem considerado prematuro mensurar impactos, os organismos admitiram que o conflito adiciona mais uma incerteza ao cenário econômico.
Tensão
Nesse ambiente de maior incerteza, a pesquisa do BofA, que ouviu gestores globais entre os dias 6 e 12 deste mês, ressalta que os investidores se tornaram mais pessimistas – “bearish”, no jargão do mercado financeiro. Como reflexo, aumentaram o volume de recursos em caixa, e 50% dos entrevistados esperam um menor crescimento mundial.
“As tensões geopolíticas são identificadas pelas empresas como o maior risco para a economia global”, disse o analista da Oxford Economics Jamie Thompson. Pesquisa deste mês da consultoria concluiu que o sentimento empresarial se deteriorou na sequência do ataque do Hamas a Israel.
“Empresários ficaram mais preocupados com os riscos de piora da atividade econômica mundial”, disse o economista.
Guerra na Ucrânia
O alerta da Oxford Economics é de que as incertezas estão se acumulando na economia mundial, colocando “nuvens no cenário”. A piora da situação no Oriente Médio vem se somar à guerra na Ucrânia, ao temor de piora da relação entre China e Taiwan e à inflação alta que não cede em vários países. Além da situação política nos EUA, sem presidente da Câmara desde que uma manobra de minoria de parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump ajudou a destituir o republicano Kevin McCarthy.
No encontro do FMI, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu o momento como uma “policrise”. Citado pela primeira vez em 1970, o termo foi popularizado pelo historiador britânico Adam Tooze, da Universidade de Columbia, para descrever a conjunção de múltiplas crises.
“Sabe-se que o potencial de causar danos é enorme, mas ainda não é possível saber a extensão pelo tempo decorrido. Qualquer que seja o cenário, vai ter algum impacto”, disse Haddad.
Por Redação Rádio Pampa | 20 de outubro de 2023
A escalada da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas fez o temor de piora geopolítica crescer no mercado financeiro mundial. Uma pesquisa do Bank of America (BofA), que ouviu quase 300 investidores e gestores globais que cuidam de US$ 736 bilhões (por volta de R$ 3,7 trilhões), mostra que o risco geopolítico foi o que mais cresceu em outubro e já ocupa a segunda posição na lista de maiores preocupações dos agentes do mercado financeiro global. No topo da lista, está a inflação alta e suas consequências para as taxas de juros.
O confronto no Oriente Médio teve até agora impacto limitado no mercado financeiro, com efeitos mais concentrados nas commodities, sobretudo petróleo e gás. Mas a preocupação na comunidade financeira tem crescido de forma disseminada, como pôde ser observado nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em Marrakesh, no Marrocos, na última semana. Nos corredores e nas mesas dos dois encontros, a guerra no Oriente Médio dominou a agenda.
Apesar de terem considerado prematuro mensurar impactos, os organismos admitiram que o conflito adiciona mais uma incerteza ao cenário econômico.
Tensão
Nesse ambiente de maior incerteza, a pesquisa do BofA, que ouviu gestores globais entre os dias 6 e 12 deste mês, ressalta que os investidores se tornaram mais pessimistas – “bearish”, no jargão do mercado financeiro. Como reflexo, aumentaram o volume de recursos em caixa, e 50% dos entrevistados esperam um menor crescimento mundial.
“As tensões geopolíticas são identificadas pelas empresas como o maior risco para a economia global”, disse o analista da Oxford Economics Jamie Thompson. Pesquisa deste mês da consultoria concluiu que o sentimento empresarial se deteriorou na sequência do ataque do Hamas a Israel.
“Empresários ficaram mais preocupados com os riscos de piora da atividade econômica mundial”, disse o economista.
Guerra na Ucrânia
O alerta da Oxford Economics é de que as incertezas estão se acumulando na economia mundial, colocando “nuvens no cenário”. A piora da situação no Oriente Médio vem se somar à guerra na Ucrânia, ao temor de piora da relação entre China e Taiwan e à inflação alta que não cede em vários países. Além da situação política nos EUA, sem presidente da Câmara desde que uma manobra de minoria de parlamentares ligados ao ex-presidente Donald Trump ajudou a destituir o republicano Kevin McCarthy.
No encontro do FMI, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu o momento como uma “policrise”. Citado pela primeira vez em 1970, o termo foi popularizado pelo historiador britânico Adam Tooze, da Universidade de Columbia, para descrever a conjunção de múltiplas crises.
“Sabe-se que o potencial de causar danos é enorme, mas ainda não é possível saber a extensão pelo tempo decorrido. Qualquer que seja o cenário, vai ter algum impacto”, disse Haddad.