Terça-feira, 19 de março de 2024

Guerra nuclear pode matar 5 bilhões de pessoas, segundo estudo da Universidade Rutgers

Uma guerra nuclear em larga escala, travada entre Estados Unidos e Rússia, poderia desencadear uma crise de fome global e causar a morte de mais de 5 bilhões de pessoas. O alerta veio de um estudo liderado por Lili Xia, professora pesquisadora assistente na Universidade Rutgers, que descreveu também o possível cenário em um conflito nuclear regional e de menor proporção: mesmo neste caso, bilhões de pessoas poderiam ficar sujeitas à fome.

Para o estudo, Xia e seus colegas calcularam quanta fuligem, capaz de bloquear a luz do Sol, poderia entrar na atmosfera após as tempestades de fogo causadas pela detonação de armas nucleares. Eles trabalharam com cálculos da dispersão de fuligem em diferentes cenários de guerra nuclear: cinco conflitos entre a Índia e o Paquistão, de menor proporção, e uma grande guerra entre os Estados Unidos e a Rússia.

Os autores inseriram os dados do arsenal nuclear de cada país em uma ferramenta de previsão meteorológica, que permite estimar a produção agrícola das principais culturas de cada país. Depois, eles examinaram as possíveis mudanças nos pastos e na pesca global. Como resultado, eles descobriram que o cenário do menor conflito, com uma guerra local entre a Índia e o Paquistão, geraria uma queda de 7% na produção calórica mundial em apenas cinco anos de guerra.

á no cenário mais extremo, com uma guerra nuclear em larga escala travada entre Estados Unidos e Rússia, a produção calórica global cairia 90% entre três e quatro anos após a guerra. Os autores concluíram que essas mudanças iriam causar problemas catastróficos no mercado global de alimentos – segundo eles, no pior cenário, mais de 75% do mundo morreria de fome em apenas dois anos. “Os dados nos dizem uma coisa: precisamos evitar que uma guerra nuclear aconteça”, disse Alan Robock, coautor do estudo.

Ele destacou que os pesquisadores já têm informações mais que suficientes para saber que guerras nucleares de qualquer tamanho poderiam aniquilar os sistemas de alimentos em todo o mundo, matando bilhões de pessoas no processo. “Nosso trabalho deixa claro que é hora de esses nove Estados [com armas nucleares] escutarem a ciência e o resto do mundo e assinar o tratado”, acrescentou ele, em referência ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, um acordo internacional para o desarmamento nuclear.

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