Terça-feira, 19 de março de 2024

Brasileiro morreu abandonado por “coiote” ao tentar entrar nos Estados Unidos

A Polícia Federal indiciou dois contrabandistas e “coiotes” que atuam na migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos por homicídio culposo após a morte de Ayron Henrickson Fernandes Gonçalves, de 21 anos. O jovem passou mal ao ser deixado para trás pelo líder do grupo durante a travessia no ano passado.

Erlon Gomes da Silva e Evânio Paraíso Pires foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, além de promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de menor ao exterior. A PF indiciou também David Gonçalves dos Santos por esses três crimes, já que ele teria aliciado o jovem.

O jovem Ayron Gonçalves pegou um avião no Rio de Janeiro em 10 de abril de 2021, com destino ao México. Ele seguiu para Mexicali, mas não chegou ao território americano. Ele morreu no caminho, com insuficiência respiratória aguda causada por edema pulmonar.

O corpo foi encontrado no dia 19 de abril, seis dias após a tentativa malsucedida de atravessar a fronteira. A família, porém, só descobriu o destino do jovem cinco meses após a morte, depois que ele já tinha sido enterrado como indigente. O reconhecimento aconteceu por fotografia.

Abandonado

De acordo com o inquérito, Erlon foi o responsável por promover a migração de Gonçalves. Foi ele quem comprou as passagens, recebeu o dinheiro, agenciou a viagem e fez todo o planejamento da migração.

Já o outro indiciado, Evânio, que residia no México, foi apontado pela PF como articulador do esquema criminoso. Ele planejava a logística com a estrutura necessária para a travessia. Segundo as investigações, ele foi responsável por receber Gonçalves no desembarque do México e encaminhar o jovem para Mexicali, onde uma atravessadora mexicana o aguardava.

A polícia aponta também a participação de um terceiro homem nas atividades de promoção de migração ilegal e envio ilegal de menor ao exterior. Ele era responsável pelo aliciamento de pessoas no Brasil.

Imigração ilegal

A PF indiciou Erlon Silva e Evânio Pires não só pelo caso de Gonçalves, mas por outros descobertos durante as investigações. Segundo o inquérito, Erlon foi responsável por levar mais de 200 pessoas para os Estados Unidos ao longo dos anos, incluindo crianças.

“Além disso, mesmo Erlon e Evânio tendo assumido o risco de transportarem Ayron para os EUA ilegalmente, estes se omitiram no zelo pela segurança do emigrante, sendo inequivocamente negligentes e também imprudentes, considerando que o resultado era plenamente previsível, mas mesmo assim os investigados agiram para o cometimento do crime”, argumentou a PF no inquérito.

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