Segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Investigada conduta de general brasileiro em Miami

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) vai ouvir três funcionários do escritório de Miami, nos Estados Unidos, para prestarem esclarecimentos sobre possíveis desvios de conduta praticados pelo general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, chefe do local no governo de Jair Bolsonaro.

As oitivas serão realizadas na próxima semana na sede da agência, em Brasília, por uma comissão interna instaurada para apurar as suspeitas sobre Cid, o ex-ajudante de ordens da Presidência.

O então chefe do escritório em Miami teria usado a estrutura da agência para apoiar supostas articulações golpistas e participar de acampamento no Quartel-General do Exército contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2022.

A ApexBrasil confirmou o nome dos três funcionários: Michael Rinelli e Paola Bueno, que ocupam cargos de analistas, e Fernando Spohr, atual chefe do escritório em Miami. Eles serão os primeiros ouvidos pela comissão de apuração, que ainda deve ouvir mais funcionários sobre a suposta atuação golpista de Lourena Cid.

Ainda não há definição sobre o que será feito com o resultado da apuração interna, podendo provocar o afastamento dos funcionários a depender da gravidade do que for apurado.

Cid teria voltado a Miami para apagar informações de equipamentos eletrônicos da Apex mesmo após deixar o cargo. Após a publicação da notícia, a agência divulgou uma nota oficial, informando que Jorge Viana, atual diretor, tomou conhecimento de possíveis desvios de conduta na gestão do general Lourena Cid em março e que, em reunião com a diretoria executiva, “decidiu determinar rigorosa apuração interna sobre as informações”.

“A ApexBrasil aguarda o resultado desse procedimento para tomar as providências que se fizerem necessárias. Da mesma forma, espera também as conclusões das investigações em curso conduzidas pela Polícia Federal”, diz a nota.

Cid, o filho, voltou a ser preso no dia 22 de março após virem à tona áudios em que ele critica a Polícia Federal (PF) e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre da tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF).

Já o general Lourena Cid é investigado no inquérito que apura a venda ilegal de joias sauditas recebida pelo então presidente Jair Bolsonaro. O militar prestou depoimento de duas horas e meia no inquérito na semana passada.

 

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