Quarta-feira, 19 de março de 2025

Lula quer um “namoro de mãos dadas” para entregar vagas ao PP e Republicanos

O freio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas demandas do Centrão pelo comando dos Ministérios do Desenvolvimento Social e do Esporte, além dos Correios, é explicado por interlocutores do Palácio do Planalto como um recado: o governo quer um “casamento público”, um “namoro de mãos dadas”, para concretizar o loteamento de cargos.

Ou seja, não interessa entregar espaços para PP e Republicanos e os dois partidos seguirem com discursos arredios ao governo. No PP, de Arthur Lira, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, é uma das vozes mais ativas da oposição. No caso do Republicanos, o presidente da legenda, Marcos Pereira, diz publicamente que o partido será independente até o último dia do governo Lula.

Lula aproveita as férias no Congresso para esticar a corda na negociação com o Centrão. Sabe que, neste momento, não há risco de discursos inflamados em plenário e nem matéria para votação que exija articulação imediata para evitar derrotas.

Deputados apostam que, até agosto, o presidente Lula fará uma contraproposta para agradar e integrar o PP e o Republicanos no governo. Os dois partidos foram decisivos para a aprovação da reforma tributária na Câmara e a pauta pode voltar à Casa, se for alterada no Senado. Além disso, falta concluir a votação do novo arcabouço fiscal.

O presidente da Câmara entregou o prometido na votação da pauta econômica e avisou que está disposto a estabelecer “um pacto de governabilidade a longo prazo”. A tradução política pode ser: está disposto a aderir, dependerá de Lula.

Saúde

Na manhã dessa sexta (14), o presidente Lula disse, durante sanção do programa Mais Médicos, que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é escolha pessoal do presidente, e não “é trocável”. O mandatário ainda elogiou o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável por indicar a ex-chefe da Fundação Oswaldo Cruz.

“Foi o Padilha, que sonhava em voltar a ser ministro da Saúde, que trouxe a Nísia para conversar comigo. Estamos em um período em que o Congresso Nacional entra em férias, e todo dia eu leio no jornal trocas de ministros. Tem ministros que não são trocáveis, que são da escolha pessoal do presidente. A Nísia não é ministra do Brasil, é minha ministra”, afirmou Lula.

“Portanto, ela tem uma função a cumprir e sabe que a única perspectiva que ela tem de sair é se ela não cumprir a função correta dela. Ela sabe”, reforçou.

O Ministério da Saúde foi uma das pastas apontadas como possível alvo de troca, em virtude de acordos para agradar ao Congresso Nacional, assim como os ministérios do Turismo, dos Esportes e do Meio Ambiente. Logo que a possibilidade foi ventilada, no entanto, Lula descartou movimentações na Saúde.

Escolhida a dedo por Lula, Nísia foi a primeira mulher a presidir a Fiocruz e a comandar o Ministério da Saúde.

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