Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de outubro de 2022
Sem lances no leilão virtual feito na última segunda-feira (10), dois carros de luxo do delegado Maurício Demetrio, preso desde junho de 2021, acusado de liderar uma organização criminosa que usava da instituição para extorquir, chantagear e fazer dossiês contra desafetos, voltaram a pregão na terça (11). Desta vez, o lance inicial dos bens caiu pela metade do valor da avaliação dos bens. Para arrematar os dois automóveis será preciso desembolsar R$ 189.859,50.
Com as novas cifras, o Mercedes-Benz GL350 Bluetec branco, ano 2015, blindado, a diesel, com cerca de 43 mil quilômetros rodados, terá lance inicial de R$ 145.171 mil. Quem arrematar o carro também terá que arcar com os débitos de IPVA referentes aos exercícios de 2020 e 2022, num valor total de R$ 60.127,91, multas de R$ 2.116,92 e um débito de R$ 5,78 relativo ao DPVAT.
O Toyota Hilux SW4 SRV 4×4, na cor preta, ano 2009, também blindado, foi anunciado hoje por R$ 89.245. O lance inicial é de R$ 44.622,50, além dos custos com vencimentos em abertos, como o IPVA de 2022, no valor de R$ 4.664,33, além de R$ 1.595,07 em multas.
No início de setembro, apenas um dos três veículos apreendidos pela justiça foi arrematado no pregão, um Land Rover Evoque SE SD4, apregoado por R$ 152.320,50. Com os leilões, a justiça busca preservar o valor dos bens antes que eles se deteriorem por falta de uso e de manutenção.
O pregão eletrônico é feito pelo leiloeiro público Jonas Rymer, pelo site www.rymerleiloes.com.br. Para participar da concorrência, é preciso estar cadastrado no site e habilitado em até 72 horas de antecedência. Quem der o lance final deverá fazer o pagamento a vista, por depósito em conta judicial, além de arcar com as custas de cartório de 1% até o máximo permitido.
Os carros em leilão foram apreendidos em junho de 2021 durante a Operação Carta do Corso. Na ocasião, além dos veículos, a polícia também apreendeu uma coleção de relógios de marcas famosas do delegado. As 65 peças, entre elas exemplares de Bulgari, Breitling e Rolex, foram avaliadas pela Polícia Federal. A perícia identificou que 42 deles eram falsos.
O delegado responde pelos crimes de organização criminosa, obstrução de Justiça, concussão — que é a cobrança de propina — lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, além de violação do sigilo funcional.