Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de março de 2023
Com discurso apontando para a relevância da retomada do pacifismo entre governo federal, governadores e prefeitos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou, nesta terça-feira (14/3), o evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Brasília. Em discurso, o petista sinalizou a boa vontade do Palácio do Planalto em contribuir com as pautas locais de gestores municipais.
“Eu nunca compreendi como é que um presidente da República ou governador de estado, mas sobretudo o presidente, pensa em governar o país sem levar em conta os entes federados, os governos e as prefeituras, e não somente das capitais. Todas as cidades têm sua importância. É na cidade que acontecem os problemas da cidade, que são educação, saúde, transporte”.
No discurso, em que não citou nominalmente Jair Bolsonaro (PL), Lula fez um enfrentamento a atitudes que marcaram a gestão do ex-presidente. O petista fez menção a benefícios como Bolsa Família e valorizou o fato do controle do cadastro ter voltado para prefeitos.
“O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) só foi o mais importante porque a gente soube ouvir os prefeitos das cidades grandes e médias. Conseguimos construir com os governadores. Não foi uma invenção do governo federal. Foi uma combinação. Tenho o orgulho de dizer que nunca antes nenhum presidente tratou os prefeitos com tanta fidalguia como tratei (…) Estamos voltando a tomar conta do país”.
Presidente da FNP e prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT-SE) disse que a instituição é a favor da liberdade e da democracia, assim como os prefeitos, e afirmou que esperava que um caminho fosse aberto para que as propostas que tramitam no Congresso possam ser discutidas de maneira inclusiva, referindo-se principalmente à reforma tributária.
O prefeito apontou que os gestores locais vivem hoje uma “falência da mobilidade urbana em todo país, principalmente os que têm acima de 200 mil de habitantes”, apontando a ausência de subsídio atualmente do governo federal para o aporte complementar de municípios a concessionárias do serviço.
Edvaldo Nogueira concluiu falando da importância da retomada dos serviços públicos de saúde em razão da demanda represada de cirurgias, uma vez que hospitais se voltaram ao combate à covid-19, e que espera “agora a possibilidade de gerirmos e melhorarmos a atenção básica”. O reajuste da merenda escolar, que não era realizado há seis anos, também foi valorizado pelo gestor da FNP.
Carta
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Edvaldo Nogueira (PDT), entregou ao presidente uma carta com reivindicações da entidade. Entre os temas listados está a Reforma Tributária, uma das prioridades do governo federal na agenda econômica em 2023. “Somos a favor da reforma, mas sem penalizar os municípios perdendo poder”, afirmou Nogueira na cerimônia.
Na carta, a Frente defende uma reforma que “melhore o ambiente de negócios, promova justiça fiscal e garanta a autonomia municipal, assegurando capacidade financeira para honrar suas competências constitucionais”. E reforça: “Não podemos abrir mão das nossas já insuficientes receitas”.
Bancos públicos
Lula afirmou aos prefeitos vai trabalhar para que os bancos públicos emprestem recursos para os municípios que tenham capacidade de endividamento. “Se tiver condições, o dinheiro não vai ficar no cofre do banco para render com juros”, defendeu o presidente.
Ele também prometeu atender a todos os prefeitos, independentemente do partido. “A única coisa que quero saber é que vocês foram eleitos e representam o voto do povo. Eu tratarei todos como se fossem do meu partido, do meu time e da minha religião. Daqui para frente, no meu governo, não faltará os meus ministros e não faltará o presidente nos debates de vocês.”
Por fim, afirmou aos prefeitos e prefeitas presentes no evento da FNP: “Eu quero dizer que eu gosto de ser presidente e gosto de estar aqui. Eu gosto de política. Aprendi a ser político, a gostar e respeitar o político”.
Lula contou que prefere “um político a um técnico”, ao se referir à sua equipe de ministros, porque os “técnicos precisam de um chefe, que se chama político”.