Terça-feira, 23 de abril de 2024

Privilégios alarmam interessados na Eletrobras

Vai ser mais difícil do que se imagina aparecer interessados na compra da Eletrobras, uma das estatais campeãs de privilégios e regalias. Tem de tudo na lista de gastos absurdos, de auxílio-creche ao pagamento da educação dos filhos de funcionários até 17 anos, além dos planos de saúde e benefícios que nos custam, só estes, quase R$400 milhões anuais. Está tudo no “Relatório de Benefícios” da Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais, do Ministério da Economia.

Bem confortáveis

São 12.952 funcionários no “grupo” Eletrobrás, incluindo as diversas subsidiárias, igualmente produtoras de regalias, como a Eletronuclear.

A pão de ló

A farra é inacreditável. A Eletrobrás paga insalubridade e até “adicional de penosidade” a funcionários que certamente odeiam o que fazem.

Na nossa conta

Com nosso dinheiro, a Eletrobras paga penduricalhos e salários de até R$93 mil mensais, quase o triplo do teto salarial no serviço público.

Muitas estatais

Com média (média!) salarial R$14 mil mensais, o grupo Eletrobras reúne Furnas, Eletronuclear, Eletronorte, Chesf, CGT Eletrosul, AmGT.

Kassab, o político que põe os pés em três canoas

O fundador e presidente do PSD, Gilberto Kassab, exibe seus talentos de articulador, mesmo convalescendo de covid. “Quando ele dizia não ser de direita, nem de esquerda, nem de centro, falava a verdade: é tudo ao mesmo tempo”, lembrou o cientista político Paulo Kramer, um dos mais admirados do País, ao comentar a incrível capacidade do ex-ministro de colocar dois pés em três canoas. Como se dizia de Tancredo Neves, é capaz de tirar as meias sem descalçar os sapatos.

Pé no Planalto

A primeira canoa é a de Alexandre Silveira, presidente do PSD-MG, que, se quiser, será o novo líder do governo Bolsonaro no Senado.

Pé no petismo

Se for confirmada a filiação de Geraldo Alckmin, Kassab poderá ver o seu partido emplacando o vice da candidatura presidencial petista.

Pé numa aposta

De quebra, o PSD ainda tem a candidatura presidencial de mentirinha de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e regra-três de Alckmin.

Pega, mata, come

O grupo do presidente Jair Bolsonaro no aplicativo Telegram já soma 1,02 milhão de seguidores, contra 47 mil do ex-presidente Lula. Esses números certamente calaram fundo no Tribunal Superior Eleitoral.

Vai que é teu, Moro

Sobre o silêncio de Bolsonaro diante da ficha sujíssima de Lula, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que o petista é “problema de Sergio Moro”. O ex-juiz agradece, ocupando o espaço.

Lacração mascarada

Oficialmente “órgãos de Estado”, agências reguladoras rasgam a máscara e exibe a face política. A começar pelo discurso lacrador de Barra Torres, da Anvisa, alfinetando Bolsonaro, que o nomeou.

Pegando no ar

Após a vazamento de dados de 160 mil pessoas pelo Pix do banco digital Acesso, o petista Paulo Teixeira (SP) avisou que pedirá CPI para investigar o “vazamento de dados do BC e do SUS”. Não leu a notícia.

Brasil que cresce

O presidente da fabricante de computadores Lenovo no Brasil, Ricardo Bloj, disse a Sergio Waib, do canal BandNews, que as vendas de sua empresa cresceram 20% em 2021, após a alta de 12% em 2020.

Ciência ou chute?

Acaba nesta segunda-feira (23) o prazo para a previsão apocalíptica da Universidade de Washington, muito alardeada na imprensa brasileira, de que o Brasil teria mais de 1 milhão de novos casos de covid por dia.

Existe ex-ladrão?

Há apenas quatro anos, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmava e ampliava, por unanimidade, a condenação de Lula por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da operação Lava Jato.

Esquerdofagia

Os Julgamentos de Moscou, que caçaram os opositores do ditador Josef Stalin, até hoje muso inspirador do PCdoB, condenaram 17 simpatizantes de Leon Trotski à morte, em 23 de janeiro de 1937.

Pensando bem…

…privilégio em estatal deveria se chamar imposto de luxo.

PODER SEM PUDOR

História secreta da Eco 92

O Brasil teve de se esforçar para o êxito da Eco-92, primeira conferência de cúpula mundial do clima. Na ocasião, o americano George Bush não dizia se vinha, e outros esperavam essa definição para confirmar presença. O oceanógrafo francês Jacques Cousteau, que se fizera amigo do então presidente Fernando Collor, advertiu: “Fernando, olha, se o Bush não vier, isso aqui vai ser um desastre…”

O presidente se preocupou: “Mas ele tem de vir, comandante…” Cousteau teve uma idéia maluca: “Vamos lá, você e eu?” Collor avisou o Itamaraty que viajaria a Washington e iria direto do aeroporto à Casa Branca. E que ficariam plantados em pé, ele e Cousteau, até serem recebidos pelo presidente dos Estados Unidos. O chanceler Celso Lafer não perdeu a fleuma: “O sr. me dá 24 horas?” No dia seguinte, Lafer levaria a notícia a Collor: Bush confirmara presença.

(Com colaboração de André Brito e Tiago Vasconcelos)

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