Terça-feira, 03 de dezembro de 2024

Secretária do Tesouro dos Estados Unidos lidera abandono da reunião de ministros do G20 e deixa russos falando sozinhos

Em protesto contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e outros ministros de finanças e chefes de bancos centrais abandonaram uma reunião de representantes do G20, que reúne as vinte maiores economias do mundo, quando autoridades russas começaram a discursar.

O gesto foi relatado por fontes com conhecimento do que se passou na reunião fechada ao jornal The Washington Post. Mais tarde, a ministra de Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, divulgou foto com ela, Yellen e outros do lado de fora da reunião.

Autoridades financeiras das vinte maiores economias do mundo e países convidados estão reunidos em Washington, onde também ocorrem reuniões gerais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial nesta semana.

O abandono da sala incluiu o ministro de Finanças da Ucrânia, Sergii Marchenko, que estava entre as autoridades de países convidados e cuja apresentação Yellen ouviu. Ela se levantou e deixou a sala assim que o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, começou a falar por meio de teleconferência.

A CNN informou que o gesto de Yellen foi acompanhado por autoridades financeiras europeias e de outros países ocidentais participantes da reunião, mas não fez referência a representantes brasileiros.

O Brasil é um dos países do G20 e enviou a Washington o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e seus auxiliares.

Antes da reunião, altos funcionários americanos disseram que Yellen não participaria de certas sessões que incluíssem a Rússia. Representantes de outros países concordaram em boicotar a participação da Rússia nas reuniões.

Yellen segue a defesa do presidente dos EUA, Joe Biden, de que a Rússia deve ser expulsa do G20 por violar a lei internacional com a invasão da Ucrânia. No entanto, a ideia não tem o apoio de todos os países, particularmente a China.

A reunião havia focado principalmente nos riscos econômicos derivados da invasão russa da Ucrânia, apontaram fontes ouvidas também pela agência Bloomberg.

Uma delas relatou que algumas autoridades que participavam de forma virtual do encontro apagaram suas câmeras quando os funcionários russos começaram sua fala.

Ao ser questionado se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, permaneceu na reunião ou se retirou do encontro em protesto, a autoridade monetária respondeu que o presidente “cumpriu integralmente a agenda prevista para hoje em Washington”. O Ministério da Economia não respondeu se o ministro Paulo Guedes permaneceu ou não na reunião.

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