Terça-feira, 24 de junho de 2025

Briga pelo comando da bancada da bala na Câmara dos Deputados expõe racha entre as polícias

Agora na oposição e em enfrentamento direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada da bala na Câmara dos Deputados está dividida. Dois deputados pleiteiam assumir o comando da Frente Parlamentar da Segurança Pública e trocam ataques entre si enquanto o governo avança com medidas a favor do desarmamento.

O termo Bancada da Bala é usado para se referir aos parlamentares ligados às forças de segurança pública e apareceu ainda durante as discussões sobre o Estatuto do Desarmamento, em 2003.

A disputa entre os parlamentares expõe também a divisão entre as representações policiais e, assim como ocorreu na Frente Parlamentar Evangélica, o grupo pode ter a liderança definida por meio de votação.

De um lado está Alberto Fraga (PL-DF), ex-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, que foi deputado por três mandatos e retornou este ano à Câmara. De outro, Antonio Carlos Nicoletti (União Brasil-RR), policial rodoviário federal em segundo mandato.

Fraga chamou o colega de “canalha” e disse que não abre mão do posto. Nicoletti, por sua vez, acusou o adversário de só pensar nos policiais militares. “Hoje estou vendo uma pessoa querendo aparecer, que é ele (Fraga)”, afirmou o deputado do União Brasil. “Agora, tem que ver se as classes querem ele”, rebateu o parlamentar do PL.

No início de fevereiro, com a posse da nova legislatura, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) protocolou requerimento para a reinstalação da Frente Parlamentar da Segurança Pública, e dispensou o comando do grupo em favor de Fraga. O deputado do Distrito Federal foi um dos principais opositores do Estatuto do Desarmamento, editado no primeiro mandato de Lula no Palácio do Planalto, e saiu vitorioso na campanha do referendo popular em 2005, que barrou a tentativa do governo petista de proibir a venda de armas no Brasil. Foi nessa época que Fraga criou a frente.

Assinaturas

Nicoletti apresentou segundo requerimento para criar uma nova frente de segurança. Como há duas propostas sobre o mesmo tema, o caso foi parar nas mãos do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

O parlamentar conseguiu reunir as 198 assinaturas necessárias para a criação de uma frente parlamentar. Cinco parlamentares, no entanto, já formalizaram a retirada de apoios. Fraga alegou ter 210 adesões para seu requerimento. Caberá a Lira decidir qual dos pedidos avançará.

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