Sábado, 25 de janeiro de 2025

Ex-chefe da Casa Civil ataca general que ameaçou prender Bolsonaro

O senador e ex-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), criticou nesta segunda-feira (18) o general Freire Gomes que, segundo depoimento do ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior à Polícia Federal (PF) teria ameaçado o ex-presidente Jair Bolsonaro de prisão, caso avançasse com a tentativa de golpe de estado. Em pronunciamento, o aliado do ex-mandatário questionou a postura dos dois integrantes das Forças Armadas de não terem denunciado a suposta trama golpista.

“Quer dizer que agora um chefe, dois chefes (?) de forças militares testemunham um golpe de Estado e não fizeram nada? O general da ativa mais importante do país na ocasião que ouviu uma ameaça grave à democracia é o mesmo que agora bate no ex-comandante em chefe que perdeu as eleições, da mesma forma que bateria continência para o mesmo comandante em chefe, caso ele tivesse sido reeleito?”, questionou o senador.

Em seguida, Ciro Nogueira chamou Freire Gomes de “criminoso inconteste”.

“Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao País o “golpe” ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido” disse.

Por fim, o senador afirmou que o general teria apoio da sociedade brasileira caso tivesse denunciado a trama golpista em dezembro de 2022 e ironizou as denúncias.

“Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável. Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas.”

Os depoimentos colhidos pela PF se tornaram públicos na sexta-feira (15), por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais no Supremo, ação na qual tramita a investigação sobre a possível tentativa de golpe de Estado.

Freire Gomes relatou ter tomado conhecimento de argumentos jurídicos para uma ruptura institucional pelo próprio Jair Bolsonaro. Segundo Baptista Júnior, a reunião havia sido convocada pelo ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Ao recusar a participação na trama, Freire Gomes disse que começou a ser pressionado por militares que aderiram ao plano.

“Após verificarem que comandantes não iriam aceitar qualquer ato contra democracia, começaram a realizar ataque pessoais”, afirmou o ex-comandante à PF.

Segundo Freire Gomes e Baptista Júnior, o militar de maior patente a aceitar a trama golpista foi Almir Garnier, então comandante da Marinha. Garnier ficou em silêncio durante a oitiva aos investigadores no mês passado.

Um exemplo de ataque pessoal partiu de Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e companheiro de chapa na tentativa de reeleição do então presidente. Mensagens obtidas pela investigação mostram que ele chamou Freire Gomes de “cag**” e orientou a “oferecer a cabeça dele”. Braga Netto também atacou Baptista Júnior, a quem chamou de “traidor da pátria” e disse que ia “infernizar a vida dele e da família”.

 

 

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