Sábado, 18 de janeiro de 2025

Lula manda bilhete ao chefe da Casa Civil e pede “mais entusiasmo” na apresentação de ações do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tivesse “mais entusiasmo” ao fazer a apresentação dos resultados do primeiro ano de governo.

O chefe da Casa Civil fez, nesta segunda-feira (18), a divulgação do balanço da gestão em reunião ministerial nas áreas da educação, saúde, agricultura, segurança e meio ambiente.

“O presidente está pedindo para que eu fale com mais entusiasmo aqui”, disse Rui Costa, interrompendo sua apresentação de PowerPoint.

Nesse momento, ministros afirmaram que o pedido não foi de Lula, mas, sim, do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).

“Ah, foi o Alckmin que pediu para que eu fale com mais entusiasmo aqui”, corrigiu. O recado foi dado ao chefe da Casa Civil por meio de um bilhete.

A assessoria de Alckmin esclareceu que o autor do bilhete pedindo mais entusiasmo foi o próprio Lula. Reuniões ministeriais são tidas como “freios de arrumação” para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão.

Os 38 ministros são convocados, e outras autoridades como líderes do governo no Legislativo também costumam participar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, desmarcou a viagem que faria à Alemanha a partir de domingo (17), para participar da reunião.

A primeira reunião ministerial do ano teve o intuito do presidente cobrar da equipe o andamento de programas e ações no momento em que pesquisas indicam a queda de sua popularidade. Lula está à procura de uma marca para sua gestão neste ano de eleições municipais e tem consultado políticos e marqueteiros sobre como melhorar a comunicação do governo.

“Covardão”

Na abertura do encontro com a equipe, Lula afirmou que há clareza, a partir dos depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas e de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, de que o País “correu sério risco de ter um golpe” após as eleições de 2022. Segundo o presidente, a ruptura democrática não ocorreu por falta de apoio da cúpula militar e pelo ex-presidente ser um “covardão”.

“Ele [Bolsonaro] é um covardão. Ele ficou quase um mês chorando aqui no Palácio da Alvorada e depois foi para os Estados Unidos. Como não deu certo, então eles, agora, estão dizendo que nós estamos ferindo a democracia, que não houve nada de concreto, mas sabemos que houve a tentativa de um golpe nesse País. Quem tinha dúvida, agora a gente tem certeza de que poderíamos voltar aos tempos tenebrosos”, disse Lula.

“O governo anterior nunca se preocupou em governar esse País. Ele nunca se preocupou com a economia. Ele se preocupava em estimular o ódio entre as pessoas e continua fazendo isso do mesmo jeito. A gente agora tem mais clareza do que aconteceu no 8 de janeiro. Temos clareza ao ter depoimento de gente que estava dentro do governo dele”, completou.

Em outro momento, Lula criticou a gestão do ex-presidente Bolsonaro, afirmando que os ministérios foram encontrados “desfalcados”.

“É importante que cada um de vocês tenham a exata noção de como encontraram esse País no dia 1º de janeiro de 2023, aliás, cada um de vocês sabem como encontraram o ministério de vocês, quase todos defasados, alguns destruídos, sem metade dos funcionários que precisavam e alguns deles sem políticas públicas. Todo mundo tem noção do trabalho que fizeram para reconstruir os ministérios”.

A convocação da reunião ocorre em um momento em que pesquisas de avaliação do terceiro mandato de Lula revelam uma queda na aprovação do petista.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Quaest, 34% dos entrevistados avaliaram negativamente o governo de Lula. Em dezembro, esse índice estava em 29%. Já a avaliação positiva, registrada em fevereiro, oscilou dentro da margem de erro (2,2 pontos para mais ou para menos), passando de 36% para 35%.

 

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