Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Juiz ordena bloqueio de bens de cirurgião preso por manter paciente em cárcere privado

A Justiça do Rio de Janeiro decretou o bloqueio de R$ 198.210,00 do Hospital Santa Branca e do cirurgião Bolívar Guerreiro Silva. O recurso é para arcar com os custos da transferência e do tratamento de Daiana Cavalcanti, que denunciou o médico por cárcere privado e tenta se recuperar de uma cirurgia malsucedida no abdômen e nas mamas.

No inquérito policial entregue à Justiça, a Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) informou que “há indícios claros de que a vítima esteja apodrecendo” na unidade particular de saúde.

Daiana, de 36 anos, está internada desde junho após complicações em uma cirurgia plástica feita em março. Ela ainda não foi transferida do hospital onde, na  última segunda-feira (18), a polícia fez uma operação para prender o médico responsável pelo procedimento, Bolívar Guerrero Silva.

Além de argumentar que a vítima está apodrecendo, a polícia também informou à Justiça que Daiana pode já estar com infecção generalizada, e “à beira da morte”. Outra suspeita da Deam-Caxias é de que a mulher esteja sendo mantida no hospital para “ocultar a atividade criminosa do médico”.

Chantagem

Uma testemunha, amiga da vítima, contou em depoimento aos investigadores que Guerrero Silva chegou a fazer chantagem para dificultar a saída da paciente da unidade. Ela disse que o médico ameaçou não usar mais a máquina para drenar a secreção expelida pelo corpo de Daiana.

Também no relato, a amiga disse que o médico afirmou que, caso Daiana fosse transferida para outro hospital, não iria autorizar que a máquina fosse junto, o que para a polícia poria “a vida da vítima em risco”

Depoimento

Em depoimento à polícia, o médico negou que Daiana era mantida em cárcere. Ele disse que a mulher não quis ser transferida e afirmou que dava toda a assistência para ela. Bolívar alegou, ainda, que não houve erro médico e que ela não foi mantida em cárcere privado. Além disso, que ela tinha acompanhante e acesso ao telefone celular.

À polícia, outra testemunha disse que Daiana apresentou pus nas feridas da cirurgia, aparentemente necrosando, e que os pontos sempre soltavam e ela ficava com as feridas abertas. Também foi dito que o médico sempre afirmava que Daiana estava em situação estável e que ele cuidava dela.

Funcionários também prestaram depoimentos. Uma profissional chegou a ser questionada se Daiana estava sendo mantida na unidade de saúde “por livre e espontânea vontade”. Ela disse que nenhum paciente é obrigado a permanecer no hospital. A mulher contou que, mesmo quando não há alta médica, o paciente pode sair da unidade assinando um documento de alta à revelia.

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