Domingo, 19 de maio de 2024

Presidente do MDB descarta participação do partido em federação

O presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), afirmou na quinta-feira que o partido não fará federação com outras legendas para as eleições deste ano. A sigla estava em negociação com o União Brasil, mas as chances de um acordo já eram consideradas remotas.

“Na condição de presidente nacional do MDB, comuniquei aos diretórios estaduais, senadores e deputados que o nosso partido não fará nenhuma federação para as eleições de 2022”, escreveu Baleia, no Twitter.

No começo do mês passado, o presidente do MDB também havia admitido a possibilidade de abrir conversas para formar uma federação com o PSDB, mas lideranças dos dois partidos consideravam a possibilidade da união muito difícil. Os tucanos já anunciaram que formarão uma federação com o Cidadania.

Ao descartar a entrada do MDB em uma federação, Baleia, porém, ressaltou que o partido continuará a discutir a união das legendas de centro em uma única candidatura presidencial. “Manteremos as conversas com os partidos do centro democrático para a construção de uma candidatura única à Presidência da República”, destacou.

No final do ano passado, a legenda lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) e ela será a porta-voz do partido na propaganda partidária que vai ao ar este mês. “Respeitando os demais pré-candidatos, o MDB seguirá na defesa da capacidade e viabilidade do nome da senadora Simone Tebet. No próximo dia 10, ela será a porta-voz do MDB nas inserções do partido na TV”, disse Baleia.

A unidade na eleição presidencial está sendo discutida com o União Brasil, que não tem nenhum nome colocado para a disputa pelo Planalto, e com o PSDB, que tem o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato.

Federações

Instituída pela reforma eleitoral de 2021, a união de partidos políticos em federações surge como uma possibilidade de garantir sobrevida a siglas pequenas e que correm o risco de não ultrapassar a cláusula de desempenho nas próximas eleições. Não à toa, partidos ameaçados pela barreira neste ano estão entre aqueles que discutem a possibilidade de federar a siglas maiores, casos do PCdoB, Rede, PV – que tiveram menos de 2% dos votos nas últimas eleições.

Porém, legendas maiores também iniciaram tratativas para a formação de federações para as próximas eleições. Inclusive o PT, que teve a segunda maior bancada de deputados federais no pleito passado e está discutindo o tema com PV, PSB e PCdoB.

Mas o que leva partidos grandes a discutir a formação de uma federação que prevê uma atuação conjunta das siglas federadas por quatro anos? Ainda mais quando consideramos que essa “aliança” tem de funcionar tanto na esfera nacional como também em Estados e municípios, onde, muitas vezes, as realidades são muito distintas e distantes da atuação do partido em âmbito federal? A resposta, na avaliação de especialistas, está além da questão eleitoral e da sobrevivência dos partidos.

Segundo o professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Ranulfo, a união de grandes partidos em federações busca fazer frente ao centrão, que hoje comanda a Câmara dos Deputados e que, nos últimos anos, teve seu poder ampliado com criação das emendas de relator e o crescimento do Fundo Eleitoral.

“O movimento pró-federação é uma forma de se contrapor ao centrão. Na prática, isso já funciona porque, embora o centrão não seja uma federação, é uma articulação poderosa com base em três partidos – PL, PP e Republicanos – e que pretende aumentar o seu controle sobre a Câmara”, aponta. Ainda nessa leitura, Ranulfo avalia que a fusão do PSL com o DEM partiu desse mesmo princípio.

Ele explica também que, por meio das federações, os partidos federados passariam a ter mais voz dentro do Congresso. “Se você forma uma federação, você passa a ter direito ao Fundo Eleitoral dos três ou quatro partidos que montam aquela federação. Assim como a sua capacidade de influir nos trabalhos da Câmara aumenta”, diz.

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