Segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Na primeira sessão da semana, dólar sobe e fecha valendo R$ 4,98, o maior patamar desde outubro; Bolsa brasileira tem queda

O dólar fechou a sessão dessa segunda-feira (22) em alta de 1,24%, valendo R$ 4,98, no maior patamar desde outubro passado, conforme investidores monitoravam decisões de juros na Europa e no Japão, além de repercutirem novos resultados corporativos nos Estados Unidos. A divisa apresenta ganhos de 2,79% no mês.

No Brasil, analistas continuam de olho no desenrolar da última medida provisória (MP) voltada para ampliação da arrecadação e a sanção do Orçamento de 2024. Programa industrial lançado pelo governo também ficou no radar.

Já o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou em queda de 0,81%, aos 126.602 pontos. Com o resultado, acumula recuo de 5,65% no mês.

Mercados

Nessa segunda, o Banco Central (BC) divulgou uma nova edição do boletim Focus. O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana consecutiva, a estimativa de inflação para 2024, prevendo alta de 3,86%. A meta de inflação que o BC deve perseguir é de 3%.

A projeção para o câmbio também recuou. A estimativa, que era de um dólar a R$ 5 há quatro semanas, agora é de R$ 4,92. Nos dois casos, esse é o valor previsto para o fim de 2024.

Por fim, o mercado espera um crescimento de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A projeção cresceu marginalmente em relação à semana anterior (1,59%).

Ainda por aqui, olhos estão na possível revogação da medida provisória (MP) que restabelece tributação sobre a folha de pagamentos. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na última sexta (19) que há um acordo construído para que o governo Luiz Inácio Lula da Silva retire o trecho.

Além da reoneração da folha, a MP inclui outras medidas pensadas pelo governo para cumprir a meta de déficit zero em 2024 – ou seja, de gastar apenas o que arrecadou no período.

“Há o compromisso do governo federal de reeditar a medida provisória para revogar esta medida provisória na parte que toca a desoneração da folha de pagamentos. Esse é o compromisso político que fizemos. E é assim que vai acontecer e se encaminharem as coisas”, prosseguiu.

A MP foi editada no fim de dezembro e anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poucas semanas após o Congresso decidir que prorrogaria a desoneração da folha de pagamento de 17 setores intensivos em mão de obra.

Além disso, o presidente Lula vetou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão ao sancionar o Orçamento para 2024. Essa modalidade de emenda tinha saltado para cerca de R$ 16 bilhões no texto aprovado pelo Congresso. Com o veto, deve retornar ao patamar de R$ 11 bilhões.

As atenções do mercado também estiveram voltadas para a nova política industrial anunciada nessa segunda. A previsão é que o governo disponibilize R$ 300 milhões em financiamentos.

O montante será gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Na agenda internacional, o Banco Central Europeu (BCE) decide sobre as taxas de juros na quinta-feira (25). A expectativa é de manutenção das taxas, mas (como tem acontecido com o Federal Reserve, o banco central norte-americano) investidores estarão atentos aos sinais passados pela autoridade monetária.

“Por um lado, as recentes sinalizações de membros do BCE têm sido mais duras, alertando para o risco de uma ação prematura. Por outro lado, os números da atividade econômica têm sido fracos, confirmando que a região pode já estar em recessão”, avalia a XP Investimentos, em relatório.

Também na quinta será divulgado a primeira prévia do resultado do PIB dos Estados Unidos no quarto trimestre.

Já no dia seguinte, sai o Personal Consumption Expenditure (PCE) de dezembro — ou Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal — que determina as decisões do Fed, pois mostra como os preços estão inflacionando ou deflacionando na economia.

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