Paulo Guedes define nomes para Receita, secretaria e articulação política em reestruturação do Ministério da Economia

Dois nomes já estão confirmados na reestruturação que o ministro Paulo Guedes promove em sua equipe no Ministério da Economia.

Julio Cesar Vieira Gomes assume o comando da Receita Federal, Daniela Marques deve assumir a Secretaria de Produtividade e Competitividade e Alexandre Baldy seria o responsável pela articulação política da pasta, se o seu nome não tivesse sido vetado pelo presidente Jair Bolsonaro.

As mudanças devem ser anunciadas nesta semana. A pasta está trocando dois secretários especiais e aposta na entrada de um político para fazer a articulação junto ao Congresso Nacional. Além disso, uma nova secretaria especial será criada.

O auditor fiscal da Receita Julio Cesar Vieira Gomes, que atua na delegacia de julgamento (DRJ) do Rio de Janeiro, vai assumir a função de secretário especial da Receita Federal, no lugar de José Tostes Neto. Tostes, por sua vez, será adido tributário na OCDE, em Paris — cargo que ainda será criado.

Gomes também foi presidente-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e ocupa cargo de diretor jurídico no Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco). Ele é conhecido por ter sólida formação acadêmica e também é oficial da Marinha.

Na última semana, o Sindifisco aprovou, em assembleia, um documento pedindo a saída de Tostes da Receita e anunciado paralisações em todo o país.

Daniela Marques, que é braço-direito do ministro Paulo Guedes e está na equipe econômica desde o início do governo, ficará no lugar de Carlos da Costa na secretaria de Produtividade.

Costa, apesar das críticas internas constantes, fazia parte do “dream team” de Paulo Guedes e é o último secretário especial da formação original a deixar o cargo. Ele vai assumir o posto de adido de comércio em Washington. Esse cargo, que ainda não existe, terá como objetivo mostrar as ações do governo Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.

Já Alexandre Baldy, que foi deputado federal pelo PP de Goiás, estava trabalhando na secretaria de Transportes do governo do Estado de São Paulo, mas deixou a função em outubro para se dedicar à própria pré-campanha ao Senado em 2022.

Além dessas mudanças, o secretário especial da Receita Federal, José Tostes Neto, deixará o cargo para ser adido do governo na OCDE, em Paris. Esse cargo também será criado.

A pasta também terá a criação da Secretaria Especial de Estudos Econômicos, chamada de SEEE. Esse órgão será um “think tank” da política econômica e será chefiado pelo atual secretário dessa área, Adolfo Sachsida. A secretaria vai abrigar, além da Secretaria de Política Econômica, o IPEA, o IBGE e outras áreas de estudos econômicos da pasta.

Estas mudanças se somam a uma série de saídas na equipe de Guedes. As últimas foram dos secretários de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. Ambos deixaram seus cargos por discordarem de mudanças no teto de gastos.